O agente FIFA Carlos Gonçalves já transaccionou, entre outros jogadores, João Paiva, Hélio Pinto e Filipe Duarte para clubes do Chipre. O empresário não duvida de que os jogadores lusos querem jogar na ilha de Chipre porque «os valores financeiros são bons e muitas vezes os clubes portugueses fecham as portas aos jogadores nacionais». Além disso, apesar de ser «relativamente pequeno, o futebol é muito mediático e os jogadores de fora são muito bem tratados» afiançou ao MaisFutebol.
Financeiramente, Carlos Gonçalves vê os maiores clubes de Chipre ao mesmo nível dos clubes portugueses logo abaixo dos três grandes: «Um Sp. Braga, por exemplo.» Interessante é o facto de o empresário considerar que «os clubes pequenos no Chipre têm mais capacidade financeira que os pequenos em Portugal». Apesar disso, a «maioria dos jogadores chega ao Chipre a custo zero» e acrescenta o agente que os adeptos cipriotas «gostam dos jogadores nacionais porque têm experiência e são bons tecnicamente».
Jogadores de técnica e de força
Outro empresário que colocou jogadores nos campeonatos do Chipre foi Ulisses Santos. O agente FIFA considera que o nível competitivo «não é excelente, mas é um mercado emergente e paga melhor que Portugal». Há duas razões para os cipriotas quererem os jogadores nacionais segundo Ulisses Santos: a primeira, é Ricardo Fernandes, a segunda, as características.
«O Ricardo vingou e por isso eles ficaram com uma boa imagem dos nossos jogadores. Além disso, os portugueses são um misto de técnica e agressividade. Têm a habilidade natural dos campeonatos latinos e a capacidade física e dureza dos jogadores do mercado de Leste», um perfil que Ulisses Santos diz agradar a adeptos e dirigentes cipriotas.
O empresário faz um paralelismo entre a actuação dos clubes nacionais e a dos clubes da ilha de Chipre: «Tal como nós vamos buscar jogadores à América do Sul a custo zero, eles estão a ir buscá-los ao nosso país». Os jogadores portugueses têm feito crescer as competições da ilha mediterrânica e assim talvez «o intercâmbio de jogadores entre países se torne mais natural». «Para um lado e para outro», apontou.