É angolano e língua de Camões une-o a Portugal. Jerson Monteiro deixou Luanda com 14 anos de idade para se juntar ao seu irmão, emigrante em Houston, Texas. Formou-se na Universidade of Alabama at Birmingham até que foi escolhido no «draft». Com 22 anos, o avançado dos Chicago Fire tem já uma persperctiva sobre o soccer nos Estados Unidos. Ao Maisfutebol , analisou um fenómeno a que assiste e no qual é elemento activo.
O futebol na América não está parado e Jerson não tem dúvidas que o trajecto da MLS só pode ser risonho. «A liga americana está a melhorar. Começa já a ver-se jogadores com muito talento e agora com muita experiência também. A chegada do David Beckham, do Paul Wanchope, do mexicano Blanco aqui dos Chicago Fire é muito bom. Não me parece que a diferença para o futebol da Europa seja assim tão grande. A competição é muito boa e tem muita qualidade» referiu Jerson.
São ainda poucos os norte-americanos que jogam na Europa, mas o angolano reconhece que «há muitos jogadores americanos, talvez não tão habilidosos e talentosos com a bola» mas que «jogam um futebol agradável. Sempre a um ou dois toques, com movimentações e em equipa». O avançado vê umas «equipas mais técnicas do que outras, mas a maioria são mais ao da Inglaterra, com bolas rápidas e não como em Espanha ou Portugal» onde se «joga muito com a bola no chão e com fintas». Ainda assim a expressão «altos, louros e toscos» não se cola de forma alguma aos jogadores da MLS.
Também têm bons jogadores
Jerson comenta que «aparece sempre um ou outro americano mais técnico como o Landon Donovan, que até já jogou na Europa» e relembra que já sairam «alguns jogadores para equipas europeias que jogam muito bem, como o Beasley, o Dempsey». Fredy Addu é mais um exemplo dessa qualidade, o avançado angolano garante que o jovem jogador do Benfica «é muito bom, pode ter alguma dificuldade em adaptar-se ao futebol português, mas é mesmo muito bom jogador».
Em Angola todos os meninos jogam à bola. Os estádios têm um ambiente quente, o Girabola é emotivo. Antes de ver futebol nos EUA, Jerson não sabia o que esperar sobre o ambiente nos recintos americanos. Afinal o avançado teve uma surpresa. «Quando cheguei aqui a Chicago fiquei surpreendido! Quando jogava na universidade pensava que não havia muitos adeptos mas depois de me tornar profissional vi que têm muitos adeptos mesmo. Por vezes fica mesmo completo. Depende dos jogos».
O futebol, da bola redonda, não é o desporto-rei nos Estados Unidos, «é o quarto ou quinto que as pessoas mais seguem» afirma Jerson. «O basquetebol e o futebol americano vão ser sempre mais populares, mas está crecendo. Já há muitas crianças, muitos jovens que querem jogar». Um crescimento que Jerson Monteiro espera conduza a uma MLS ainda melhor dentro de poucos anos.