Depois do triunfo caseiro no Paulista, Abel Ferreira alertou às autoridades brasileiras para tomarem medidas de forma a pôr fim aos episódios violentos em volta do futebol. Este domingo, um adepto do Cruzeiro morreu em confrontos entre a claque do emblema de Belo Horizonte e o Atlético Mineiro e, recentemente, o autocarro do Bahia também foi atacado por adeptos.

«Hoje entrei aqui nesta conferência de imprensa, [e pouco antes] disseram-me que tinha havido uma rixa num jogo, inclusive acho que morreu uma pessoa. É preciso morrer quantas mais?», começou por questionar o treinador português.

«Os organismos, quer sejam os do futebol, quer sejam extra-futebol, têm que assumir, dar as caras, exercer os cargos que têm. Têm que justificar o cargo que tem. Quando eu não ganho, pedem responsabilidades. Isso é o que espero que cada pessoa no seu cargo faça, assuma responsabilidades. Pelo bem do futebol brasileiro. De todos nós. Que se junte a CBF [Confederação Brasileira de Futebol], quem organiza estaduais, o Ministério Público, mas que se tomem medidas», vincou.

Abel assumiu que vai ter de pensar no futuro enquanto treinador do Palmeiras devido à escalada de violência no futebol e até referiu o exemplo dos graves confrontos do Querétaro-Atlas.

«É preciso passar à ação. Palavras, o vento leva. Isso preocupa-me muito. A segurança preocupa-me muito. Quando entrei aqui e vi as imagens no México e me dizem que se passa a mesma coisa no Brasil, vou ter de pensar muito bem no que quero para a minha família, para mim e para os meus jogadores», rematou.