Em entrevista ao site da UEFA, publicada na véspera do primeiro duelo entre PSG e Man City, das meias-finais da Liga dos Campeões, Rúben Dias assume que é admirador da forma de jogar da equipa francesa, mas deixa claro que os «citizens» estão focados em conquistar um inédito título europeu.

«Foram cinco ou seis temporadas em que não conseguimos passar dos quartos-de-final. É claro que estamos muito contentes por estar nesta fase. Isto quer dizer que estamos um pouco mais próximos do nosso objectivo, mas totalmente conscientes de que há muito ainda a fazer», começa por dizer o internacional português.

«Quem gosta de futebol já viu o Paris jogar, por isso há uma ideia clara de como é o PSG. De igual modo, eles também sabem, tenho a certeza, de como é a nossa equipa. Será como mais uma final. Vamos tentar fazer parecer normal uma coisa que realmente não o é. Temos estado a disputar finais desde o início da época: um jogo de cada vez, tratando cada um deles como uma final, pois só assim a nossa equipa poderá ter sucesso», acrescenta depois, em elogio ao adversário.

"Patrão" da defesa do Manchester City, Rúben Dias conta à UEFA que até começou como avançado, nas captações do Estrela da Amadora, mas rapidamente assumiu uma posição na retaguarda.

«A minha equipa estava a passar mal. Sofremos um ou dois golos. Eu estava a jogar como atacante e fui para a defesa. Penso que isto descreve qual é – e sempre foi – a minha forma de ser, que é a de não suportar ver a minha equipa a sofrer. Houve então um senhor que falou com o meu pai e comigo, e que nos disse: ‘Este miúdo é defesa-central, não há volta a dar. Ele é e continuará a ser um defesa-central no futuro.' E é onde estamos hoje», conta.

A fechar, o central fala da importância de estar em constante aprendizagem, e que isso passa também por ver muito futebol na televisão, mesmo que isso possa não agradar tanto à namorada, a cantora April Ivy.

«Muitas vezes a minha namorada diz-me 'ah, vais ver outro jogo', e eu respondo-lhe sempre a brincar: 'Deixa-me ler mais um pouco do meu livro'. Há sempre oportunidades para aprender – um momento do jogo que podes analisar, ver um golo que uma equipa sofreu, ver como a equipa falhou em evitá-lo ou ver como por vezes o conseguiram fazer», revela.

«Desde cedo, incentivado pelo meu pai, que estou habituado a aprender com tudo o que vejo e a não olhar para o jogo como um espectáculo, mas sim como um objecto de estudo. Não aprendi apenas com um, dois ou três jogadores. Aprendi com dez, 20, 30. Aprendi com tudo o que vi que poderia ser um bom exemplo. Ainda hoje aprendo muito a observar outros defesas», completa.