O antigo internacional Hélder Cristóvão está de volta à Arábia Saudita para treinar o modesto Al-Hazm, num projeto que qualifica como «diferente» de todos os outros que já liderou. O treinador lamenta ainda não ter tido oportunidades de treinar na I Liga, mas acredita que a sua oportunidade vai acabar por chegar.

«É um projeto diferente, um regresso à Arábia, onde tive a oportunidade de fazer um bom trabalho, primeiro como diretor e coordenador da formação do Al-Nassr, depois como treinador principal em que tivemos a felicidade de sermos campeões depois da entrada do Rui [Vitória], Depois também tive um período no Al-Ettifaq um pouco à moda da Arábia, ou seja, fui emprestado para fazer dois jogos», começou por contar o antigo internacional, numa conversa no programa «Linha de Golo».

O antigo jogador destacou depois as diferenças do novo projeto. «Este Al-Hazm é um projeto totalmente diferente, é um clube que sobe e desce. Este ano foi-me pedido pelo presidente estabilizar o clube na I Liga, ajudar a mudar o perfil do jogador. Eles apostam muito nos jogadores africanos, na transição e na velocidade, mas, a meu ver, tem pouca decisão. Vamos apostar mais num perfil europeu e em jogadores com perspetiva de venda», esclareceu.

Um regresso à Arábia Saudita depois de uma última experiência na Eslováquia, ao serviço do FC DAC 1904, ficando adiado o regresso a Portugal. «Portugal não aconteceu porque não me deram oportunidade para treinar na I Liga, estranhamente, porque vim de um período no Benfica B de cinco anos com 220 jogos, mas não se deu a transição para a I Liga. Não sei se foi por culpa minha, porque quis fazer mais dois anos na equipa B Benfica. Era a minha formação como treinador, mas acho que no futuro vai acontecer», comentou ainda.

Enquanto treino o Benfica B, entre 2013 e 2018, Hélder treinou jogadores como João Félix, Renato Sanches e Ruben Dias que, na atualidade, jogam ao mais alto nível do futebol mundial. «Sinto-me muito feliz e orgulhoso, não só por ter feito parte do crescimento deles, mas porque por ver que aquilo que idealizamos para eles aconteceu. É um bocado fácil sacar agora dos galões, como muita gente o faz, mas essencialmente o mérito tem de ser dado ao Benfica, pela sua visão», destacou ainda.