Carlos Queiroz deu uma entrevista ao jornal espanhol AS, publicada nesta terça-feira. Atravessou vários temas, desde o fim da carreira aos candidatos para a Bola de Ouro. O antigo selecionador nacional falou ainda sobre João Félix e as razões que têm adiado a sua afirmação.

«126 milhões de euros? Bem, isso tem a ver com o mercado, que hoje é um mundo à parte. Nós, treinadores, graças a Deus, estamos fora do mercado. Tem a ver com a dimensão dos economistas, da gestão. Se se paga 127, 17 ou 38, isso é uma questão para os economistas e para os gestores decidirem. Acho que o João, que é um excelente jogador, um jogador fantástico, só precisa, se calhar como o Mbappé, de encontrar o seu melhor lugar», comentou o experiente técnico.

Queiroz foi selecionador nacional entre 2008 e 2010 e, por isso, cruzou-se com Cristiano Ronaldo. Mais de uma década depois, o avançado continua na Seleção e o que continua a alimentá-lo é a «competição», diz o treinador. 

«Isso é típico de um bom jogador. Este tipo de jogadores, em qualquer parte do jogo, mesmo que seja num desporto diferente, têm enormes desafios. É exatamente isso que os faz e os mantém vivos. Não é pelo dinheiro, não é pelos troféus. É por si próprio. É uma competição contra si próprio. Para ele, marcar um golo é absolutamente normal. São grandes estrelas e tornam tudo normal quando não o é», afirma.

Destacando a pequenez do futebol português, em comparação com outros países europeus, antes de ter sido duplamente campeão mundial sub-20, Carlos Queiroz diz que esses «foram os momentos mais marcantes e de maior orgulho» da sua carreira.

A reforma é uma hipótese. «Ainda não me decidi. Certamente que o atrativo do campo e do jogo se mantém. Veremos, a partir de outubro. Tenho tido o privilégio e a sorte de o telefone ter sempre tocado. Talvez em outubro tome uma decisão», confessa.