Nas últimas duas temporadas, ao serviço do Ludogorets, Fábio Espinho fez 27 jogos nas competições europeias. Desses, seis disseram respeito à fase de grupos da Liga dos Campeões.

Fábio, agora a caminho do Málaga, não esquece a forma absolutamente épica como o seu ex-clube se qualificou pela primeira vez para a mais importante prova europeia de clubes: Cosmin Moti, defesa, teve de assumir a baliza e defender o desempate por penáltis.

O Ludogorets acabou por fazer quatro pontos num agrupamento onde estavam Real Madrid, Liverpool e Basileia. Fábio esteve em todas as partidas.


A forma como o Ludogorets chegou à fase de grupos da Champions é incrível…
«Acontece uma vez em 50 anos. Há uma série de coincidências. Perdemos 1-0 em Bucareste, com um golo aos 90 minutos. Na segunda mão vencemos o Steaua por 1-0, com um golo mesmo a acabar também. Depois, no final do prolongamento, o Fernando Varela [ex-Estoril, Trofense e Feirense] isola-se e é derrubado pelo nosso guarda-redes. Cartão vermelho, claro. Teve de ir um jogador de campo para a baliza».

Quem escolheram?
«O Cosmin Moti. Eu nem me lembrei que ainda faltavam os penáltis e que tinha de ser ele a defender».

Ele já tinha mostrado aptidão para a baliza nos treinos?
«Não, nada, nada. Foi decidido na hora. Ele ofereceu-se e tornou-se um herói. Defendeu dois penáltis e entrámos na fase de grupos da Liga dos Campeões. Pouca gente sabe, mas depois disso o Ludogorets construiu uma bancada atrás dessa baliza e batizou-a com o nome do Moti».

E depois chegaram o Real Madrid, o Liverpool e o Basileia.
«O objetivo era simples: dar uma boa imagem na melhor montra do mundo. Em seis jogos fizemos quatro pontos. Em casa vencemos o Liverpool, empatámos com o Basileia e perdemos 1-2 contra o Real Madrid de uma forma muito consentida».

A jogar fora a equipa teve dificuldades?
«Em Liverpool só perdemos no último minuto, com um lance de grande azar. No Santiago Bernabéu foi muito difícil, mas jogámos bem. O único jogo mau foi em Basileia. Não sei o que aconteceu, mas fomos atropelados. Nenhum dos nossos jogadores tinha experiência na Liga dos Campeões, por isso acho que demos uma excelente resposta».   

Os portugueses do Real Madrid sabiam que havias dois compatriotas no Ludogorets?
«Eu cumprimentei o Cristiano Ronaldo no túnel. Em Sófia. Joguei contra ele nas camadas jovens, eu no FC Porto e ele no Sporting. Por isso, sim, ele reconheceu-me. Falámos um pouco, uma ou outra coisa. O Pepe e o Coentrão não sei, não houve contacto».