Fábio Coentrão confessou ao Tribunal de Braga, nesta sexta-feira, que pagou quatro mil euros para ter ajuda a tirar a carta de condução, em 2012.

Ouvido na condição de testemunha, e através de videoconferência, o internacional português admitiu ter sido auxiliado no exame de código.

Coentrão era já jogador do Real Madrid, na altura, e tinha ficado sem carta. De acordo com a agência Lusa, o jogador disse ao tribunal que seria difícil conseguir a habilitação para conduzir em Espanha, pela questão da língua, e que não tinha também possibilidade de vir a Portugal para fazer as aulas. 

O jogador recordou que o Real Madrid «pressionava muito» para ele resolver a situação, e que «muita gente falava» de um Centro de Exames em Prado, Vila Verde, que «facilitava» a vida aos alunos em troco de contrapartidas financeiras.

Coentrão explicou que a ajuda no exame teórico foi dada por um examinador, através de gestos com os dedos.

O internacional português chegou a ser arguido, mas o Ministério Público decidiu pela suspensão provisória do processo, a troco do pagamento de três mil euros ao Banco Alimentar Contra a Fome de Braga.

Fábio Coentrão prestou declarações no âmbito de um megaprocesso de corrupção com cartas de condução no Centro de Exames de Vila Verde da Associação Nacional de Industriais de Ensino de Condução Automóvel (ANIECA), que envolve 47 arguidos.