Jorge Jesus acaba de festejar a Taça Libertadores e o Campeonato Brasileiro, mas sente que a sua maior conquista foi a empatia dos compatriotas.

«Quem olha para mim como treinador pode ver alguém agressivo, duro, mas eu tenho o meu coração, e amo o meu país. Por isso é que nunca quis sair de Portugal. E sei tudo o que se passa desde que vim para o Flamengo, e tenho um grande orgulho em ser português. A minha grande vitória não foi a Libertadores e o Brasileirão, a minha grande vitória foi sentir que os portugueses queriam que eu ganhasse», afirmou o técnico português, em entrevista exclusiva à TVI.

Questionado sobre a atualidade do futebol português, Jesus deixou depois uma recomendação aos dirigentes dos principais emblemas.

«Tenho visto muito pouco, por causa da diferença horária, mas os meus amigos dizem-me dos três crónicos candidatos não estão a jogar ao nível dos últimos anos. Aquilo que me passam é que o campeonato português está mais fraco. Todas as equipas, e não só estas três», começou por dizer.

Confrontado depois com a eliminação do Benfica na fase de grupos da Liga dos Campeões, o técnico defendeu que «é um sinónimo de que o campeonato está mais fraco».

«Não conseguimos competir com as equipas….nem de primeira, nem de segunda, nem de terceira linha. Portugal tem de estar bem no ranking para ter mais do que uma equipa na Champions, e se não houver agora um empurrão na Liga Europa, qualquer dia o campeão vai ter de ir a uma eliminatória, como se fosse a Albânia ou o Luxemburgo. Queria chamar a atenção aos presidentes dos três grandes: invistam, façam as suas equipas fortes para disputar aquilo que é o mais importante. Ou pode não ser o mais importante, mas é tão importante, que são as competições internacionais, para divulgar a marca dos seus clubes, a marca de Portugal e somar pontos para termos três equipas na Champions, como já tivemos. Não quero falar muito disso agora, mas qualquer dia falo: estão a agarrar-se a pormenores que podem ser importantes para o campeonato português, mas nunca mais vão ter hipóteses na Europa», acrescentou.