Depois de deixar um apelo aos adeptos do Fenerbahçe, logo após a goleada ao Kayserispor, Jorge Jesus garantiu, na sala de imprensa, que não pensou em demissão após a derrota com o Besiktas.

«Não. Eu vim para o Fenerbahçe com um pensamento, com um objetivo. O presidente convenceu-me dizendo que o Fenerbahçe tinha a maior massa associativa da Turquia, e que a maior parte dos adeptos queriam que eu viesse treinar o Fenerbaçe. Vim mais porque os adeptos convenceram-me, assim como o presidente. Estou aqui com a intenção de fazer o que pensávamos. Faltam dois meses. Estamos a seis pontos do primeiro lugar e estamos nas meias-finais da Taça da Turquia. Não vi motivo para isso [para a demissão]. O Fenerbahçe ainda não perdeu nada. Ainda está nas duas frentes. Não há motivos. Na época passada, por esta altura, e mesmo em anos anteriores, o Fenerbahçe já não estava a lutar por nada. O que importa aqui é que estejamos cada vez mais unidos. Foi por causa dos adeptos que vim para a Turquia», respondeu o técnico português.

Jesus foi depois confrontado com as notícias de um desentendimento com o presidente, precisamente após a derrota com o Besiktas. Tal como o Maisfutebol escreveu, o técnico chegou ao balneário largos minutos após o final do encontro, uma vez que estava castigado, e encontrou Ali Koç a dar um «raspanete» aos jogadores na sua ausência, e num espaço que o técnico português considera que é "seu".

«Sou um treinador especial. Considero-me assim. Tenho o meu feitio, a minha forma de estar. Se eu estou na Turquia, foi porque o presidente me convenceu. Tenho uma amizade muito grande pelo presidente. Hoje sofremos os dois as mesmas consequências. Estávamos todos tristes com a derrota. Só cheguei ao balneário passado uma hora e tal. Quando acabas os jogos e não ganhas, há sempre situações mais nervosas, mas tenho um grande carinho pelo presidente. Sei que ele gosta muito de mim e eu gosto muito dele», acrescentou Jesus, em conferência de imprensa.

O técnico do Fenerbahçe defendeu, de resto, que a derrota com o Besiktas é explicada, em parte, pela sua ausência do banco, por castigo: «Sem tirar mérito nenhum ao João (de Deus), que sabe perfeitamente aquilo que eu quero, é normal que os jogadores, quando não têm o líder no banco, fiquem menos responsáveis. Talvez isso tenha sido o motivo da nossa segunda parte com o Besiktas, que não foi tão forte quanto a primeira. Mas isso já passou.»

Jesus apresentou ainda a sua versão sobre as duas expulsões já registadas na Turquia.

«Nunca foi nada com o árbitro...Minto! A primeira foi: entrei em campo e tentei perguntar ao árbitro sobre uma jogada a fechar o jogo. Foi só isso, com respeito e educação. Podia estar a falar mais alto, mas o futebol é assim. No segundo vermelho estava a falar em português com o Candeias, do Alanyaspor, que foi meu jogador. Distraí-me e dei um passo à frente, na linha, e fui expulso por isso. Gostava que não tivesse acontecido, mas também não fiz nada para isso acontecer», explicou.