Leonardo Jardim, que recentemente deixou o Al-Hilal, garantiu estar disponível para treinar equipas que lutem pelos primeiros lugares, e admitiu que daqui a cinco anos estará preparado para ser selecionador ou diretor desportivo.

«Gosto de grandes desafios, às vezes isso é mais importante do que a fama do campeonato», disse Leonardo Jardim, em entrevista à agência AFP. «Em todos os lugares, estou disponível para projetos em equipas de top-6 ou 7, ambiciosos e com vontade de progredir e evoluir. Preciso da pressão de vencer todos os fins de semana, não procuro o conforto», acrescentou.

O treinador madeirense assumiu ter recebido, no verão passado, uma proposta de um clube inglês «do meio da tabela», e explicou tê-la recusado por não estar interessado «em jogar a manutenção».

Jardim admitiu que desde que saiu da Madeira, onde se estreou como treinador ao serviço do Camacha, deixou a sua zona de conforto e abriu as portas ao mundo: «Se para satisfazer as minhas ambições tiver de ir para o Japão, Estados Unidos ou Turquia, vou sem problemas. É a minha personalidade, a minha forma de viver o desporto», comentou.

«Depois de Portugal, Grécia, França e Arábia Saudita, tenho intenção de viver novas experiências, e posso olhar para vários continentes», afirmou o técnico, que em Portugal orientou, além do Camacha, o Desportivo de Chaves, o Beira-Mar, o Sp. Braga e o Sporting.

Aos 47 anos, Leonardo Jardim, que no estrangeiro passou por Olympiacos, Mónaco, e Al Hilal, admitiu querer continuar a treinar clubes nos próximos cinco anos, para depois «procurar novos desafios», entre os quais o de selecionador.

«Comecei aos 21 anos, dou-me mais cinco anos, depois disso vou ver se consigo outros desafios como selecionador ou diretor desportivo, sem trabalho diário no relvado. Ser selecionador exige um trabalho muito intenso por períodos curtos, e um longo trabalho de observação e relacionamento», explicou.

Jardim garantiu que costuma conversar com Fernando Santos, Carlos Queiroz e Paulo Bento, atuais selecionadores de Portugal, Egito e Coreia do Sul, respetivamente, e reforçou os seus planos para o futuro. «Ser selecionador seria um novo passo, e acabaria com a minha experiência em clubes».

O técnico português classificou como «fantástica» a sua experiência no Al-Hilal, onde se sagrou campeão asiático, e assegurou que mantém «boas relações» com o clube saudita, que deixou em fevereiro passado, poucos dias depois do Mundial de clubes, que terminou em quarto lugar, depois de perder nas meias-finais com o Chelsea (1-0), e de ter sido derrotado no jogo de atribuição do terceiro lugar, pelo Al-Ahly (0-4).

«Foi um grande sucesso desportivo (…). Por outro lado, adorei este país, a minha passagem por Riade. O clube e eu mantemos boas relações. Adaptei-me a uma cultura diferente, a comportamentos específicos», contou.

Leonardo Jardim assegurou ainda «ter poucas redes de influência» para procurar emprego. «Quem me quiser conhecer melhor, entra em contacto comigo. Vemo-nos e conversamos. Ninguém faz propaganda por mim. Assim, encontrar um clube é mais difícil, mas facilita o meu trabalho, posso ser claro com os jogadores, sem jogos de poder, sem estar em dívida com ninguém. Essa é a minha força», explicou.