O empresário italiano Carlo Pallavicino contou esta segunda-feira como se processou a transferência que levou Rui Costa da Fiorentina para o Milan. Um negócio cheio de reviravoltas, com Berlusconi à mistura.

«O Rui Costa estava connosco desde os tempos do Benfica. Eu, como adepto da Fiorentina, tive sorte de estar com ele em Florença durante a epopeia de Batistuta, que se tornou grande amigo dele», começou por contar o empresário em entrevista ao Calciomercato, admitindo que essa saída para o Milan teve um grande impacto nele precisamente por ser adepto viola.

«Mas o clube precisava de vender e definiu o preço de 80 mil milhões de liras. O Parma oferecia 10 mil milhões de liras de salário e por isso fui até Faro tentar convencer o Rui Costa, mas ele só queria saber do Milan por causa do treinador Fatih Terim, com quem tinha gostado de trabalhar na Fiorentina», explicou.

O problema em relação ao Milan é que «Berlusconi achava que não seria bem visto pagar um valor desses pelo jogador», recordou o empresário. A solução para Rui Costa seria então a Lazio e chegaram a acordo.

«Reservei um comboio às 5h30 da manhã para chegar a Roma a tempo de concretizar a transferência de Rui Costa para a Lazio e fui dormir. Desliguei o telemóvel e quando o liguei já estava no comboio a poucos quilómetros de Roma, em Orvieto. Tinha 40 mensagens do Rui Costa a explicar que o Galliani convenceu o Berlusconi a pagar o que a Fiorentina queria», contou ainda.

«Fiquei feliz pelo Rui Costa, mas estava desesperado o suficiente pelo destino que me esperava, porque estava prestes a encontrar-me com os responsáveis da Lazio e, em vez de dizer: ‘Vamos tratar do contrato e o jogador chega à tarde’, tive de dizer: ‘Aqui estou, Rui Costa concordou em ir para o Milan’. Obviamente que os dirigentes da Lazio não encararam bem a situação», recordou Carlo Pallavicino.