O internacional português João Palhinha estreou-se no último sábado em jogos oficiais pelo Fulham, no empate (1-1) diante do Liverpool, e já aprendeu uma lição. O médio esteve a falar para a comunicação social e, quando estava pronto para ir embora, o autocarro já tinha partido.

«A seguir ao jogo, em Portugal, estamos habituados a fazer uma entrevista e vamos embora. Aqui, acabamos o jogo e ainda falamos a uns cinco canais de televisão e para as rádios. Gostei disso, só que no final, cheguei lá fora e o autocarro do clube já não estava lá. Não esperou por mim. Tive que apanhar a boleia do roupeiro e fui na carrinha do material», contou, em entrevista ao Canal 11.

Palhinha exemplificou ainda a diferença de mentalidade em Inglaterra. «O Bruno Fernandes já me tinha dito que no final dos jogos podia ir para casa a pé. E vi alguns colegas meus fazerem isso. Em Portugal isto era impensável.»

Pelo primeiro contacto com a Premier League, o médio português já sente que o ritmo «não pára».

«É sempre com uma intensidade muito alta como se fosse Sporting-Benfica ou Sporting-FC Porto todas as semanas», frisou.

«Na sequência do nosso primeiro golo. O Jordan Henderson queria passar a bola a um colega e piso-lhe o calcanhar. Eu pensei logo que o árbitro ia marcar falta. Na sequência dessa jogada fizemos o primeiro golo. Lembro-me de comentar com o Andreas [Pereira] que o golo ia ser anulado. Disse-lhe ‘não há hipótese, por causa do VAR’. O árbitro falou com o Henderson, não sei o que lhe disse… de repente validou o golo. Em Portugal, há certas coisas que desgastam. Eu sei que sou um jogador agressivo, mas é no bom sentido. Sempre sem maldade. Aqui há mais liberdade. Em Portugal estava mais condicionado. Em Inglaterra festejam os cortes como se fosse um golo e isso dá-me mais fome», disse.

Palhinha explicou também que o «ciclo» no Sporting já se tinha fechado, pelo que «era o momento certo para sair» e «ter um treinador português [Marco Silva] também ajudou».

«Que eu saiba, só tive a proposta do Fulham. Foi o que me chegou e o que mais me motivou. Não foi uma decisão fácil, nem disse logo que sim. Tinha o objetivo de jogar na Premier League, mas não era fácil trocar o clube que me fez jogador e onde cresci», notou.

O internacional luso deixou ainda elogios a Ruben Amorim.

«Notávamos que era um treinador evoluído para os anos que tinha de profissão. Tive muitas conversas com ele. É um treinador que sabe puxar o jogador para cima», vincou.