«'Tá mal, Arãããããão!» O grito de Jorge Jesus para o médio durante um treino nos primeiros tempos ao serviço do Flamengo tornou-se viral no Brasil e fez eco até em Portugal.

Aquele que era considerado em tempos uma espécie de «patinho feio» do onze da equipa carioca, é hoje visto por unanimidade com um dos pilares dele.

Em entrevista ao programa Bem Amigos, da SporTV do Brasil, Arão brincou com a famosa bronca de Jorge Jesus e partilhou algumas outras como exemplo. «A do 'tá mal, Arão foi das menores [risos]. Ele já perguntou se um jogador estava a pensar que aquilo era um videojogo. Já perguntou se um jogador estava a dormir bem. Isto ao intervalo. Já estamos habituados, porque quando ele chegou sabíamos que ele gostava de cobrar muito e que era muito intenso.»

Arão destacou a importância do treinador português para a sua evolução. «Antes eu tinha mais liberdade para sair e fazia assistência. Hoje jogo mais como primeiro volante [médio-defensivo], a dar cobertura e a fazer equilíbrios. Apesar de eu ter jogado muito tempo como primeiro volante, não sabia muitas coisas. Ele queria que eu fizesse coisas que eu não sabia. Ele queria um movimento e eu pensava: 'Já tive montes de treinadores e nunca vi isso, nunca me explicaram'. Mas depois vemos que dá certo e que ele tem razão'», disse.

Arão comentou ainda o temperamento de Jorge Jesus e disse que também o treinador português tem aprendido com os jogadores. Quanto mais não seja para evitar certas expressões. «Algumas palavras que ele usa no quotidiano português, para nós são muito ofensivas. Ele aceita: escuta bastante. Às vezes é um pouco mais explosivo: é o jeito dele, mas depois fala bem, entendemos o que ele quer e os resultados estão a aparecer.»

Veja as declarações de Arão: