José Mourinho mostrou-se satisfeito com o compromisso demonstrado pelos jogadores do Tottenham no jogo deste domingo, apenas três dias depois da eliminação europeia aos pés do Dínamo Zagreb.

Após o jogo na Croácia, o técnico português teceu duras críticas à equipa e agora lamentou que o grau de compromisso que diz ter estado à vista diante do Aston Villa não seja uma constante.

«Que diferença fazem três dias...», introduziu o repórter.

«Sim... e isso é triste. Estou feliz com isso, mas é triste que precisemos de uma derrota tão má para termos este tipo de reação. Isto não devia ser uma reação, mas sim um estado de espírito permanente, uma alma permanente na equipa. O próximo desafio é, jogando bem ou mal, ganhando ou perdendo, manter este nível em termos de esforço, compromisso e sacrifício. Independentemente dos resultados, isso tem de estar sempre presente. Dignificar os nossos trabalhos, as pessoas que gostam de nós, o clube e os nossos adeptos. Mas estou um pouco triste por perceber que podemos ter esta alma e não a tivemos nos últimos dois jogos», notou Mourinho.

O treinador português abordou ainda o discurso que teve para a equipa antes da partida deste domingo, que terminou com uma vitória por 2-0 para o Tottenham. «Abri o meu coração. Não podia ter aberto mais do que fiz. Não foi muito tempo, nem uma conversa longa sobre futebol. Mas abri o coração como alguém que está há mais de 20 anos no futebol e que tem muitas experiências. Não sei se isso ajudou, ou se foram eles que se ajudaram sozinhos. Não me importa. O que importa é que eles fizeram-no e o próximo desafio enquanto grupo é fazê-lo em cada jogo», apontou.

Com Son lesionado e Lamela suspenso, Mourinho teria sempre de fazer alterações para este jogo, mas o treinador setubalense negou que isso tenha estado na base das decisões tomadas.

«A equipa precisava de um espírito diferente. De gente humilde, honesta, e simples como o Japhet [Tanganga], o Rodon, o Vinícius... Os dois jogadores de 16 anos que estavam no banco são o tipo de jogadores que estão no banco e que estão a viver um sonho. E precisamos dessas pessoas que se tiverem um minuto de jogo que seja, vão lá para dentro viver um sonho. Esta equipa que coloquei não foi uma necessidade; foi uma opção», vincou.