Paulo Fonseca não gosta de muito do que vê quando, da Ucrânia, sintoniza o futebol português. O clima atual não agrada ao antigo treinador de FC Porto, Sp. Braga ou Paços de Ferreira, por entender que o caminho deveria ser o da valorização do produto e não o da suspeita generalizada.

À margem do Fórum dos Treinadores, que decorre em Braga, o técnico luso abordou as constantes suspeitas sobre os jogadores que têm abundado no futebol português nos últimos tempos.

«É profundamente triste. As suspeitas constantes sobre os jogadores não têm fundamento. Ou deixamos de acreditar completamente no futebol ou continuamos, no fundo, a valorizar o que é o nosso futebol. E temos muito de valorizar. Essas constantes suspeitas não trazem nada de positivo ao futebol», defende.

O técnico acha que os jogadores deveriam lidar com a pressão inerente à profissão, que já é elevada, e nada mais.

«A pressão faz parte do dia a dia. Quem não quiser ter essa pressão tem de escolher outra profissão e os jogadores têm de estar preparados. O que é pior não é essa pressão. O pior são outro tipo de pressões que não deixam o nosso futebol rolar de forma positiva. Isso é que eu acho que é negativo», lamentou.

Paulo Fonseca comentou ainda o fosso que existe atualmente entre grandes e pequenos, outro tema que tem sido muito comentado nos últimos tempos. No seu entender, a realidade não é muito diferente da do seu tempo, embora tenha uma certeza: «Hoje em dia seria mais difícil fazer o que fiz no Paços de Ferreira». Na altura, recorde-se, Paulo Fonseca apurou os «castores» para a Liga dos Campeões, com um terceiro lugar na época 2012/13.

«Mas o fosso sempre existiu, não é de agora. Excecionalmente aconteceu com o Paços de Ferreira, mas o fosso sempre existiu e vai existir sempre», finalizou.