Líder do Brasileirão, Luís Castro esteve presente esta segunda-feira no programa «Boleiragem» da Sportv e apontou alguns aspetos do futebol brasileiro com os quais não concorda.

«Eu gosto de emoção, da forma como os adeptos são apaixonados e tudo que se passa no futebol brasileiro, exceto uma coisa. Eu gosto de respeito, respeito por quem trabalha, pela comunicação social, pelos treinadores, pelos adeptos, pelos departamentos dos clubes, respeito por tudo. Disso eu não abdico. Digo o que sinto. No dia em que estiver a mais no futebol brasileiro, mandem-me embora, vou trabalhar para outro lado», começou por dizer o treinador do Botafogo.

«Acho que algumas coisas são culturais, mas dizer: "Nós somos assim porque gostamos do futebol e dos clubes'"... Nós gostamos tanto dos nossos filhos e vamos tratá-los mal? Gostamos tanto dos nossos pais e vamos tratá-los mal? Quem trata mal no futebol não gosta de futebol. Uma coisa é gostar do futebol e outra coisa é viver dele. Eu acho que as pessoas têm de respeitar o futebol», prosseguiu.

«Como é que gostamos tanto do futebol e temos relvados que não estão de acordo com a prática do futebol? Como é que gostamos tanto das equipas e insultamos quem anda dentro das equipas? Como é que gostamos tanto do futebol e jogamos de dois em dois dias? Como é que isso é possível?», completou.

Luís Castro, que está há mais de um ano ao comando da formação do Rio de Janeiro, teceu ainda algumas críticas aos comentários e análises feitas às equipas e, sobretudo, aos treinadores no Brasil.

«[Dizer que] a equipa do Botafogo está a jogar mal é uma crítica bem-vinda. Está a jogar mal porque os setores não estão ligados, o corredor direito não funciona, a equipa não anda junta, não faz variações de corredores. Isso é uma crítica. Outra coisa é dizer: “Os treinadores são uns burros, os jogadores são incompetentes, não sabem o que fazer”. Como é que há treinadores competentes num ano, passa as férias e quando voltam são uns burros e incompetentes? Mergulharam no mar e ficou lá a competência deles?», questionou.

A atravessar uma das melhores fases no comando do Botafogo, o técnico de 61 anos garantiu ainda que quer «ir atrás de tudo» esta época, embora tenha reconhecido que, entre Brasileirão, Taça do Brasil e Taça Sul-Americana, alguma dessas competições vai ficar pelo caminho.

Esta temporada, em todas as provas, o Botafogo soma 18 vitórias em 28 jogos. No último domingo, pôs fim a uma série de 15 partidas sem perder.