O Shakhtar Donetsk, equipa treinada por Luís Castro, defronta o Real Madrid na quarta-feira, naquele que será o primeiro jogo para as duas equipas na fase de grupos da Liga dos Campeões.

O técnico português, campeão nacional ao serviço dos ucranianos, projetou o duelo em entrevista à Marca, mas não deixou de falar de Cristiano Ronaldo, que em 2018 trocou de forma algo surpreendente o clube espanhol pela Juventus.

«Uma equipa que tem Cristiano Ronaldo nunca deve deixá-lo ir embora. Nunca! Falamos do melhor, do futebolista mais eficaz do mundo, uma máquina de trabalho e de sacrifício», referiu Luís Castro, que destacou a trajetória do avançado português até ao estrelato. 

«Para mim, ele é o melhor. Tem uma história por trás que é exemplar. Foi sozinho para Lisboa com 11 anos para ser futebolista. É um edifícil que se construiu sozinho, com uma determinação única. É um exemplo para todas as crianças. As pessoas criticam muito Ronaldo: porque faz isto, porque gasta muito dinheiro, por isto e por aquilo. E ele responde em campo todos os dias, consciente de onde veio. No dia em que fizerem um filme de Cristiano e as pessoas vejam que onde ele veio e como se tornou futebolista, ele será muito mais valorizado», frisou.

O Real Madrid chega a este jogo na ressaca de uma surpreendente derrota caseira diante do Cadiz. Luís Castro estudou o adversário, viu o último jogo da equipa merengue, mas acredita que o adversário apresentar-se-á diferente diante dos ucranianos. «Vi o jogo, mas não sei se nos vai servir de muito, porque as equipas mudam muito de um jogo para o outro. Não sabemos bem contra quem jogamos e também não temos a certeza dos jogadores com os quais poderemos contar. É tudo um pouco caótico», disse antes de clarificar. «Ser treinador hoje em dia é um pesadelo. Com a pandemia e o calendário que foi construído, temos baixas quer por diagnósticos positivos, quer por lesões. Nós tivemos dez ausências e até ontem não sabia se esses jogadores podiam ou não jogar em Madrid. Parece que sim, mas não aguentam mais de 20 ou 25 minutos. (...) Mas vamos preparar bem o jogo. O Shakhtar tem jogadores muito fortes, de muita qualidade, mas chegamos tocados por isto da covid», reconheceu, abordando depois o facto de Sergio Ramos, capitão e pilar na defesa do Real Madrid, estar em dúvida.

«Nós chegamos como chegamos e pergunta-me pelo Ramos? A sério? É um grande jogador, mas o Real pode preencher uma baixa com um jogador de 50 milhões de euros. Pode afetar, mas se formos comparar...»