Foi curta mas intensa, a passagem de Luis Diogo pelo Partizan. Depois da experiência na seleção da Macedónia, o técnico português acompanhou Drulovic na mudança para o emblema sérvio, em meados de outubro, mas alguns meses depois deixaram o clube.
 
«O clube mudou de direção, que lá é normal. Não teve a ver com resultados. A direção saiu e entrou uma nova, que tinha a sua equipa técnica. Entrámos com a época a decorrer, com o clube já a ser contestado e com uma grande distância para o Estrela Vermelha. A direção depois caiu e ficámos um pouco limitados, dependentes do novo elenco», recorda o técnico luso, de 37 anos.
 
Em todo o caso Luís Diogo faz um balanço «muito positivo» da experiência num «clube grande» como o Partizan, onde ficou surpreendido com o peso que os adeptos têm.
 
«Recordo o nosso primeiro jogo lá. Chegámos no sábado e eu ainda nem conhecia o estádio quando fomos para o jogo. Ao intervalo encaminho-me para o balneário e não estava lá ninguém. Fui à procura, sem conhecer bem ninguém, e foi então que percebi que os jogadores estavam todos a ouvir os adeptos, junto à bancada das claques. Pensei que fosse um caso esporádico, mas no final a cena repetiu-se. Foi assim em oitenta por cento dos jogos. Eles respeitam quando os adeptos querem falar com eles e dedicam ali dois ou três minutos do intervalo a ouvi-los. Só depois é que vão para o balneário», relata o técnico português.
 
Luís Diogo conta que os adeptos «têm muito peso», e que isso acabou por influenciar uma equipa muito jovem. «Por vezes era prejudicial nos jogos em casa. A pressão era tanta...os nossos melhores jogos acabaram por ser muitas vezes fora de casa», recorda o técnico que treinou Saponjic, o mais recente reforço benfiquista.
 
Desafiado a destacar um jogador sérvio, excluindo aqueles que já foram notícia em Portugal, o técnico destaca Darko Brasanac, médio de 23 anos do Partizan. «É um 8. Quando chegámos estava lesionado, mas sabíamos que seria titularíssimo. Não tenho problemas em dizer que pode ser um grande reforço para uma equipa portuguesa. É um excelente profissional. Faz muito o chamado trabalho invisível. É um jogador de equipa, parecido com o João Moutinho», descreve.
 
A finalizar o processo de rescisão de contrato com o Partizan, para ser formalizado pela nova direção, Luís Diogo fica agora à espera que o telefone toque, como é habitual nesta profissão. «Gostava de voltar a Portugal mas não é fácil. Pode passar novamente pelo estrangeiro, mas vamos ver se alguém olha para mim...se alguém olha para nós», diz Luís Diogo, que tenciona continuar como adjunto de Drulovic.
 
Relativamente à experiência anterior, na seleção da Macedónia, Luís Diogo faz também um balanço positivo, embora admita que «não era fácil criar um grupo forte», devido às diferentes etnias. O objetivo foi «incutir organização e disciplina a todos os níveis», e recorda a derrota com a Espanha pela margem mínima.