Na próxima quarta-feira (25), a Roma vai discutir com o Feyenoord, em Tirana (Albânia), quem vence a primeira edição da Liga Conferência e José Mourinho destacou que esta partida terá um lugar muito especial na sua carreira como treinador. 

«É a final mais importante da minha carreira, quisemo-la muito. Já joguei as outras, esta ainda não foi jogada e quero ganhá-la», apontou numa conferência de imprensa promovida pela UEFA para lançar a final da Liga Conferência na próxima semana.

«Jogar uma final é sempre importante. Vamos lá chegar após 15 jogos, pagámos por esse compromisso na Liga e também por isso queremos ganhar. Começámos em agosto, viajámos muito, tivemos jogos difíceis, especialmente fora de casa», acrescentou o treinador português, que procurou acalmar eventuais euforias, lembrando que antes desse jogo a Roma fecha a Liga italiana com o Torino, podendo ainda terminar em 5.º lugar ou e 8.º, na pior das hipóteses.

«Em 2010, no Inter, antes da final da Liga dos Campeões nós sabíamos que teríamos um jogo decisivo pelo Scudetto e só pensávamos nisso. Aqui, estamos a falar da final com o Feyenoord, mas primeiro temos um jogo em Turim.»

Prestes a concluir um ano à frente da Roma, Mourinho foi questionado se consegue imaginar-se a ficar muitos mais anos à frente dos Giallorossi e, no fundo, representar para a equipa da capital italiana o mesmo que Sir Alex Ferguson para o Manchester United. «Ferguson esteve mais de 20 anos e eu para lá chegar teria 79... Vai ser difícil, talvez chegue aos 70, mas 79 será difícil», disse bem disposto.

Recorde-se que Mourinho tem contrato com a Roma por três anos e foi precisamente para essa janela temporal que apontou. «Eu gosto de estar aqui na Roma, isso é visível e sente-se. Aceitei um perfil de projeto com a duração de três anos e depois veremos qual será o perfil após três anos. Acho que vou ficar aqui estes três anos e não estou a pensar ir embora antes disso», disse, lembrando a instabilidade habitual do futebol. «No futebol, o que conta é o hoje e, no máximo, o amanhã.»

O técnico dos Giallorossi foi ainda questionado sobre o facto de dois treinadores da chamada «velha guarda» estarem em finais europeias nesta temporada: ele e Carlo Ancelotti, que vai à final da Champions pelo Real Madrid. «'Mataram-vos' demasiado cedo?», questionou um jornalista. «Com o Carlo, quando ele treinou o Everton sabia-se que não ia ganhar a Champions. Comigo, pelo contrário, esperavam que ganhasse e isso não aconteceu. Nunca me preocupei em relação a isso. Não penso nas novas gerações. Penso na qualidade e a qualidade não tem nada a ver com a idade e isso também se aplica aos jogadores. Há bons jogadores com 20 ou com 40 anos. O golo que o Quagliarella fez com 40 anos, eu gostava que alguns dos meus, com 20, também o fizessem. Entre os treinadores não há idade: há paixão e e se isso faltar estamos acabados. Quando deixamos de sentir a pressão antes destes jogos, isso significa que estamos acabados», rematou.