A caminho do Tottenham, Paulo Fonseca vai deixar de contar com Nuno Campos na sua equipa técnica.

Os dois treinadores iniciaram a carreira juntos e durante 15 anos passaram por Estrela da Amadora, Odivelas, 1.º de Dezembro, Pinhalnovense, Desp. Aves, Paços de Ferreira, FC Porto, Sp. Braga, Shakhtar e Roma. No entanto, Nuno Campos anunciou que não vai acompanhar o chefe de equipa na mudança para Inglaterra.

Juntos, Fonseca e Campos conquistaram três Ligas ucranianas, uma Supertaça ucraniana, três Taças da Ucrânia, uma Taça de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira.

O anúncio de Nuno Campos na íntegra:

Do Monte da Galega ao Olímpico de Roma foram 15 anos de distância. 15 anos em que uma ideia de jogo cimentou o amor ao futebol e aperfeiçoou uma colaboração que se transformou numa amizade que ficará para sempre.

Costuma dizer-se que não existe vida sem despedida. Neste caso deixamos apenas de estar juntos no dia-a-dia.

Ficam as excelentes memórias – inesquecíveis e, diria, irrepetíveis - com os então meninos do Estrela da Amadora, com os jogadores ambiciosos e trabalhadores de Odivelas, 1.º Dezembro e Pinhalnovense, com aquele plantel fabuloso do Desp. Aves que terminou a chorar a subida falhada que nunca esteve em cima da mesa quando nos desafiaram para o primeiro desafio no futebol profissional.

Depois veio o take 1 do Paços de Ferreira, com o gozo e o privilégio de servirmos um clube incrível e a honra de o levar a um patamar e de, em ‘retribuição’, nos colocarem na alta-roda que nos guindou ao FC Porto, quando dois anos antes apenas sonhávamos alto com uma oportunidade ao mais alto nível.

O regresso a Paços, a Taça que fugia ao Braga há 50 anos, aquela tarde no Jamor, a glória devolvida ao Shakhtar e, finalmente, a entrada numa Liga de exceção que vimos anos a fio na televisão e que sentíamos que um dia, sem saber muito bem quando, iríamos lá parar.

Roma foi a última paragem de uma viagem que fizemos lado-a-lado, juntos, quase sempre com um sorriso nos lábios, unidos na alegria, ainda mais unidos nos momentos menos bons.

E o quanto nos rimos com vitórias que pareciam impossíveis, com a evolução dos nossos jogadores, com jogadas imaginadas e treinadas até à exaustão - saídas das nossas cabeças.

Vamos continuar a rir, olhando para o que fizemos em conjunto e para o que vamos realizar cada um na sua estrada, a torcer sempre um pelo outro.

15 anos não são 15 dias nem 15 meses. É quase uma vida. Que eu agradeço, pois fui muito feliz e um profissional realizado.

Agora chegou a altura de seguirmos caminhos profissionais separados.

Desejo com todas as minhas forças ao treinador de elite mundial Paulo Fonseca o mesmo que ele deseja ao treinador Nuno Campos…

Toda a sorte do Mundo!