14 anos no FC Porto, muitos deles com a braçadeira de capitão, não chegaram para Fábio Espinho chegar às seleções nacionais. Depois de sair dos dragões, a permanência em clubes medianos inviabilizou por completo o preenchimento desse espaço em branco na carreira, mas os próximos tempos podem trazer novidades.

Contratado pelo Málaga, Fábio volta a acreditar que é possível representar Portugal, como confessa em entrevista ao Maisfutebol


Jogando no Málaga, a Seleção Nacional passa a ser um objetivo concreto? Ou é sonhar demasiado alto?

«A seleção é um sonho de criança. Um sonho que me está atravessado na garganta, pois não tenho nenhuma internacionalização, nem nas camadas jovens. Joguei 14 anos no FC Porto, fui várias épocas capitão de equipa, vi todos os anos vários colegas de equipa a serem chamados e eu nunca tive essa oportunidade».

Está magoado?
«Sempre foi um desgosto para mim, não o escondo. Fui a um estágio dos Sub20, de três dias, e fiquei-me por aí».

Quem era o selecionador nesse período?
«O professor Rui Caçador. Isso foi antes de um Torneio da Madeira, mas já nem fui convocado para essa prova. A minha ligação às seleções limita-se a esse mini-estágio. Os anos foram passando e eu sabia que ia ser difícil chegar à seleção A. Jogar em clubes médios torna tudo muito complicado nesse aspeto. Mas agora estou a um nível interessante. Joguei a Liga Europa, a Liga dos Campeões e cheguei à liga espanhola. Os responsáveis vão estar atentos, por isso acredito numa chamada. Difícil? Sim. Impossível? Nem pensar. É mais um objetivo que está traçado por mim».

Sabe se o Fernando Santos, e antes o Paulo Bento, o observaram na Bulgária?
«Não, não tenho qualquer indicação nesse sentido».

No Ludogorets estava a jogar em que posição do meio-campo?
«Bem, em Portugal sempre fui um médio ofensivo, um número dez, mas no Ludogorets eu jogava um pouco mais recuado. O nosso meio-campo tinha dois números oito e um dez à nossa frente, eu jogava numa das duas posições mais recuadas. Senti-me muito bem a jogar de trás para a frente».  

Curiosamente, o Fábio tem sido sempre titular em todos os clubes. Qual o segredo para conquistar os treinadores?
«Orgulho-me muito desse dado, não estou habituado a ver os jogos do banco (risos). Bem, eu treino para jogar e tenho tido a sorte de ser titular em 90 por cento das vezes ao longo da carreira».