Relatório Deloitte 2012/13. O Real Madrid continua a ser o clube mais rico do mundo de acordo com o estudo anual «Money League» da Deloitte, que mede a capacidade de gerar receitas. O Barcelona é segundo e a novidade surge no terceiro lugar, onde está agora o Bayern Munique, que passou o Manchester United. Outra subida notável é do Paris Saint-Germain, que saltou do 10º para o quinto lugar. O Benfica é 26º, sendo o único clube português no «top 30».

É a primeira vez que o Manchester United baixa do «top 3» em 17 edições deste estudo. Quanto ao Real Madrid, é primeiro pelo nono ano consecutivo, agora com receitas totais de 518,9 milhões de euros. São 211,6 milhões de euros de receitas comerciais, que subiram 4 por cento em 2012/13, e 188,3 milhões de transmissões televisivas, que cresceram 3 por cento.

A receita total dos 20 mais ricos na época passada foi de 5,4 mil milhões de, o que significa um aumento de 400 milhões de euros. «A receita combinada do top 20 dos clubes, em que quase todos viram as suas receitas crescerem em 2012/13, cresceu 8 por cento, superando os registos de crescimento da economia global. Este crescimento surge antes mesmo do novo recorde de receitas de transmissão televisiva da Premier League e da Bundesliga, que terão impacte nas receitas dos clubes na Money League no próximo ano», analisam os responsáveis pelo estudo.

Há dois casos com óbvio destaque. Antes de mais o campeão europeu Bayern Munique. «A época de sucesso do Bayern contribuiu para o crescimento da receita comercial em 18%, ascendendo aos 237,1 milhões de euros. A vitória na Liga dos Campeões representou um total de 55 milhões de euros atribuídos pela UEFA, enquanto o clube continua a ter jogos praticamente esgotados em casa, no Allianz Arena, com receitas de 3,4 milhões de euros por jogo. Além disso, é provável que se venha registar um crescimento comercial em 2013/14, através do prolongamento das parcerias existentes com Lufthansa e Coca-Cola, e um acordo de renovação com o patrocinador Deutsche Telekom», diz Austin Houlihan, Senior Manager do Sports Business Group da Deloitte.

Depois, o PSG: «É o ‘alpinista’ mais rápido na Money League deste ano, alcançando a posição mais alta de sempre para um clube francês. São o único representante do país no “Top 20” deste ano. É expectável que se tornem num pilar do “Top 5” nos próximos anos, apoiados pelos seus ambiciosos proprietários do Qatar e por um forte apoio comercial. A contratação de alto perfil de David Beckham, na segunda metade da temporada 2012/13, só contribuiu para melhorar o perfil mundial do clube. É importante destacar também que o sucesso comercial fora do campo se tem traduzido num melhor desempenho dentro de campo, inclusive tendo ganho o seu primeiro título de campeão em 19 anos.»

A Inglaterra continua a ser o país mais representado, mas agora com novo equilíbrio de forças. O Manchester City subiu ao sexto lugar e está pela primeira vez à frente de Chelsea e Arsenal. Os autores do relatório também admitem que o Manchester United venha rapidamente a recuperar posições. Mas depende dos resultados desportivos. «Apesar do Manchester United ter descido uma posição na Money League, uma série de recentes acordos comerciais do clube vão aumentar as receitas em 2013/2014, pelo que esta queda para o quarto lugar pode ser apenas temporária. Estas parcerias, juntamente com o impacto da melhoria das ofertas de transmissão da Premier League durante três anos, a partir de 2013/14, significam que é provável que consigam chegar perto dos 500 milhões de euros de receitas na Money League no próximo ano. Para lá de 2013/14, uma qualificação consistente para a Liga dos Campeões é um factor-chave para o United recuperar o primeiro lugar na Money League, uma posição que ocupou pela última vez em 2003/04», continua Austin Houlihan.

Outra nota relevante é a presença de dois clubes turcos, dois clubes fora das cinco principais ligas, no «top 20»: «Enquanto os clubes das 5 maiores ligas continuam a dominar a Money League, a presença do Galatasaray, Fenerbahçe e do clube brasileiro Corinthians no Top 30, realçam o crescente desafio dos clubes de mercados emergentes. O respectivo crescimento económico, a paixão dos adeptos pelo futebol e o desenvolvimento de infra-estruturas contribuem para um forte crescimento da receita dos maiores clubes existentes nestes mercados. O Türk Telekom Arena, estádio do Galatasaray, que foi inaugurado em 2011, é reconhecido como um dos melhores da Europa e demonstra a importância da existência de estádios de qualidade para o aumento das receitas.

Quanto a Portugal, o Benfica volta a ser o único clube nacional referido. Os encarnados baixaram as receitas, para 109.2 milhões de euros contra 111,1 no ano anterior, mas voltam a ser dos poucos clubes no «top 30» fora das cinco grandes ligas.

Por fim, é explicado que os dados das receitas são relativos à época 2011/2012 e retirados dos relatórios financeiros dos clubes, ou «obtidos através de outras fontes directas dos clubes, referentes à época 2012/13». Não são contabilizados valores de transferências de jogadores, apenas receitas comerciais, de bilheteira ou televisivas. «Não verificámos ou auditámos nenhuma da informação contida nos relatórios financeiros fornecidos pelos clubes e de outras fontes para esta publicação», salvaguardam ainda os autores do estudo.