Terminou nesta terça-feira o sonho de Portugal apurar-se para as meias finais do Europeu.

Mas este era um sonho que há duas semanas poucos acreditavam que podia ser sonhado pela seleção portuguesa.

É à equipa de Paulo Jorge Pereira que se deve alguma vez tenha podido passar pela cabeça dos portugueses estar nos quatro melhores da Europa. E por isso não se lhes pode apontar a culpa de terem deixado morrer um sonho do qual foram responsáveis únicos.

A derrota contra a Eslovénia por cinco golos (29-25) não é uma coisa absolutamente surpreendente. Porque o adversário é muito forte. Tem alguns dos melhores jogadores do mundo e anda constantemente nestas competições.

Espantar fantasmas e assustar o candidato

Após a derrota com a Islândia no domingo, a equipa portuguesa precisava de mostrar outra cara.

E fê-lo. A primeira parte trouxe bons sinais lusos – sobretudo o maior acerto na defesa -, mas também erros que já se tinham visto no último jogo, no ataque.

A seleção portuguesa entregou demasiadas bolas ao adversário lançando-o para contra-ataques fáceis.

FILME DO JOGO

Ainda assim, no final dos primeiros 30 minutos o saldo era favorável a Portugal, que vencia por 15-14 um dos candidatos claros ao título europeu. Uma equipa que teve um percalço diante da Hungria, mas que vencera todos os jogos da competição até ao momento.

Um gigante Quintana não bastou

Na segunda parte, Portugal entrou a conseguir segurar a vantagem, mas isso não durou nem dez minutos.

A última vantagem lusa aconteceu aos 38m (19-18). Depois disso, a Eslovénia passou para a frente e nunca mais se deixou empatar.

E se é verdade que a partir de certa altura a dupla de arbitragem tomou várias decisões muito discutíveis e sempre contra Portugal, também é preciso salientar que a resposta dos jogadores portugueses não podia ter surgido na forna de sucessivas falhas técnicas.

A equipa foi-se abaixo animicamente e começou a errar ataques atrás de ataques.

Aliás, se a desvantagem portuguesa não é maior no final do jogo, isso deve-se a um gigante Alfredo Quintana.

O guarda-redes português merece aliás um parágrafo só para ele. Nesta partida fez 16 defesas, várias em contra-ataques de um para zero e segurou Portugal no jogo. E aconteça o que acontecer daqui para a frente, Quintana sairá deste Europeu como um dos jogadores que mais valorizou. E um nome que todos os adeptos de andebol já sabem de cor.

Agora entram as contas em campo. Portugal até pode chegar ao final desta terça-feira com a possibilidade de jogar a última jornada da main round para discutir com a Hungria um lugar no torneio pré-olímpico. Mas precisa que os magiares percam com a Suécia.

Quanto ao sonho que se esfumou, pelo menos, já ninguém tira a possibilidade de o ter vivido.

Veja o resumo do jogo:

[artigo atualizado]