«Schweini goes to Chicago.» Podia ser nome de uma banda de música, mas é a constatação do regresso das contratações sonantes à Major League Soccer norte-americana, cuja temporada 2017 arrancou no início do mês.

Sem oportunidades com José Mourinho em Old Trafford, aos 32 anos Bastian Schweinsteiger deixou o Manchester United e assinou por um ano pelos Chicago Fire, numa transferência que o próprio confirmou terça-feira.

«Acredito que José Mourinho e a equipa conquistarão troféus em breve (…) Agora é hora de começar um novo capítulo em Chicago. Estou ansioso», afirmou o médio internacional alemão na mensagem de despedida num vídeo publicado no Twitter.

Em comunicado, o jogador acrescentou: «Ao longo da minha carreira sempre procurei oportunidades para poder fazer a diferença e ajudar a equipa. A minha transferência para os Chicago Fire vem na sequência disso. Conversei com Nelson Rodriguez (dirigente) e Veljko Paunovic (treinador) e fiquei convencido com o projeto do clube.» O novo clube, por sua vez, também deu as boas-vindas. «Schweinsteiger é um dos grandes campeões desta modalidade e estamos entusiasmados pelos adeptos terem a oportunidade de verem em ação este grande jogador ao longo desta 20.ª temporada dos Fire na MLS», afirmou Andrew Haumptman, presidente do clube, enquanto o técnico Paunovic acredita que o alemão será «um grande exemplo de um campeão para os mais jovens no balneário, nos treinos e nos jogos.»

Bastian é contratado como jogador designado; ou seja, com estatuto especial, uma exceção ao teto salarial a que as franquias da MLS estão obrigadas a cumprir: o que o fará auferir uma verba a superior a quatro milhões de euros anuais.

Villa, Giovinco e Kaká: vedetas que fazem a diferença

O alemão, que em Chicago será companheiro de equipa do defesa português João Meira (ex-Belenenses), será o terceiro campeão do mundo (2014) a rumar à MLS, depois de Andrea Pirlo (2006) e David Villa (2010), que jogam atualmente nos New York FC, equipa treinada por outro campeão do mundo (1998), o antigo internacional francês Patrick Vieira.

Villa é um dos maiores casos de sucesso recente entre as estrelas que trocaram o futebol europeu pela MLS: o espanhol de 35 anos que em 2014 trocou o Atlético de Madrid pelos nova-iorquinos foi segundo melhor marcador da época 2016 (23 golos em 35 jogos) e eleito para a equipa do ano.

Entre as 22 equipas em competição nesta temporada nos relvados norte-americanos (19) e canadianos (3) destaque naturalmente para o brasileiro Kaká, Bola de Ouro em 2007, capitão nos Orlando City e presença habitual no All-Star Game, mas também para o italiano Sebastian Giovinco, que ajudou os Toronto FC a chegarem à final em 2016, época em que foi o terceiro melhor marcador da competição (21 golos).

Em Los Angeles, os Galaxy, nova equipa do médio vimaranense João Pedro, que inauguraram em 2007 a nova era de contratações sonantes com David Beckham, mantêm entre as cabeças-de-cartaz o avançado mexicano Giovanni dos Santos ou o lateral inglês Ashley Cole, contratado à Roma em 2016. No entanto, perderam Robbie Keane, grande figura da equipa nas últimas temporadas.

O irlandês foi uma das grandes estrelas que deixaram a competição em 2016, a par de Frank Lampard (New York FC), Didier Drogba (Montreal Impact) ou Júlio Baptista (Orlando City).

Agora, já com a época em andamento, Bastian Schweinsteiger é a primeira grande vedeta contratada em 2017. Outros se lhe vão seguir ao longo deste ano ou a MLS está cada vez menos deslumbrada com a possibilidade de atrair nomes sonantes?