O FC Porto garantiu nesta terça-feira, à 5.ª jornada do Grupo C, o 16.º apuramento para a fase seguinte da Liga dos Campeões, após um nulo frente ao Manchester City (0-0). A equipa portuguesa sofreu bastante ao longo do encontro, mas festejou a qualificação para os oitavos de final em pleno Estádio do Dragão.

Foi um zero à direita para as contas portistas, que agradecem mais um passo em frente na prova milionária. Até ao momento, o FC Porto já encaixou mais de 60 milhões de euros.

O ponto conquistado na receção aos Citizens nem seria necessário para seguir em frente na competição. À mesma hora, o Marselha de André Villas-Boas vencia o Olympiakos de Pedro Martins por 2-1, deixando a equipa grega a uma distância irrecuperável em relação ao FC Porto. Manchester City termina em primeiro do grupo, dragões em segundo.

O FILME DO JOGO

Sérgio Conceição tinha evitado levantar o véu na véspera do encontro. Colocando perante a possibilidade de jogar com três defesas-centrais, mesmo com a ausência de Pepe, o treinador desconversou: «Posso ter dois centrais e jogar com seis defesas». Não foram seis, é certo, apenas cinco, privilegiando a coesão defensiva como argumento incontornável para travar o poderoso Manchester City.

Diogo Leite completou o trio de centrais, Uribe fechou o meio-campo com Sérgio Oliveira e Otávio, Marega tentou surpreender no ataque ao lado de Jesús Corona. O Manchester City, igualmente com calendário apertado e a precisar apenas de um ponto, apresentou-se com sete alterações em relação ao último compromisso para a Premier League.

Postas as cartas da mesa, os ingleses aceitaram a iniciativa de jogo e foram mais perigosos durante a primeira parte, marcada por alguns lances polémicos. Sarr podia ter sido castigado com penálti após entrada dura sobre Sterling e Ederson escapou ao castigo máximo na sequência de um choque evidente com Otávio. Já perto do intervalo, Fernandinho acertou em Jesús Corona com o cotovelo mas conseguiu acabar o jogo sem qualquer cartão.

A primeira oportunidade clara de golo surgiu já perto do intervalo, quando Zaidu (bela exibição) negou o festejo a Sterling, com Marchesín já fora do lance. Muito pouco para 45 minutos de futebol.

O Manchester City voltou a estar por cima na segunda parte, sobretudo quando as pilhas azuis e brancas terminaram. Sterling voltou a ficar perto do golo, aproveitando uma desatenção clara de Sarr, encontrando desta vez a oposição de Agustín Marchesín. Sem capacidade para esticar o jogo e com unidades pouco inspiradas no ataque (as trocas de Sérgio Conceição não surtiram efeito), o FC Porto limitou-se a defender o nulo com unhas e dentes.

Rúben Dias foi o protagonista indesejado do lance mais cómico da noite, quando uma bola de Raheem Sterling seguia junto à linha da baliza mas o defesa português não conseguiu confirmar o golo, acabando por fazer algo que mais parecia um corte providencial.

Marchesín ia emergindo como grande figura do encontro, negando a vantagem a Bernardo Silva e Eric García, antes da roda da sorte girar novamente a favor do FC Porto, com Rodri a ser apanhado em fora de jogo à direita antes de Bernardo Silva cruzar para a cabeça de Gabriel Jesus, que viria a balançar as redes à segunda (82m).

O Manchester City nunca baixou a pressão e teve ainda mais duas oportunidades para marcar, por Gabriel Jesus (88m) e Eric García (90+3m), mas aquela baliza portista parecia abençoada. Apito final e mais um apuramento do FC Porto para a fase a eliminar da Liga dos Campeões.