Maniche, médio emprestado ao Chelsea pelo Dínamo de Moscovo, tem-se desdobrado em entrevistas, onde explicou a experiência vivida na Rússia, antes de ser resgatado por José Mourinho. O treinador da formação londrina lembrou que o dinheiro não traz felicidade e o internacional português alinha pelo mesmo diapasão. «O dinheiro é importante, ajuda, mas não é suficientemente importante para fazer as pessoas felizes. Podia ficar na Rússia, parar de jogar futebol e viver apenas do meu dinheiro, mas isso não seria bom para mim, sou jovem e adoro jogar futebol. Tenho o prazer de o fazer, e quero fazê-lo no Chelsea, para ajudar a equipa a vencer todos os jogos», referiu.
«Tinha outros clubes interessados, mas o Dínamo foi o único a pagar o que o F.C. Porto queria. Não conhecia a mentalidade do país, o futebol russo, nada. Foi uma experiência nova e quis testar os meus limites. Mas percebi logo que não era o clube certo para eu desenvolver o meu futebol», recordou Maniche, acrescentando: «Não tinha as pessoas que mais amo perto de mim. Sou uma pessoa muito ligada à família, tenho duas filhas pequenas que estão habituadas e ver o pai todos os dias. Depois, não havia nem escolas portuguesas ou inglesas na Rússia. Cheguei a levar as minhas filhas para Moscovo, durante um mês, e elas não gostaram. E foi no Verão! Sentia-me sozinho, tinha um amigo que jogava lá mas queria estar com pessoas que falassem a mesma língua. Não falava inglês e isso tornava-se difícil. Quando não estava a jogar ou a treinar, ficava em casa».
Maniche reencontra, no Chelsea, José Mourinho, que define como «um professor». «Não sei se Mourinho me quis contratar antes, se foi o F.C. Porto que não quis, não sei. Descrevo Mourinho como um professor, de quem eu e os meus colegas temos muitos a aprender. Temos de reconhecer as pessoas que são boas para nós, e foi com Mourinho que eu ganhei todos os títulos do meu currículo. Estou-lhe muito grato. Aqui, conheço Ricardo Carvalho e os outros portugueses. Foi com eles que ganhei os títulos que ganhei», lembrou.
«Estou numa grande equipa, posso jogar futebol ao lado de grandes jogadores e isso dar-me-á mais ambição, mais entusiasmo para estar envolvido no Campeonato do Mundo. Tenho de trabalhar bastante para discutir um lugar com os outros médios do Chelsea», afirmou o internacional português, manifestando o desejo de se estrear, quanto antes, com a camisola da formação londrina: «Estava de ferias, a tratar um problema físico, mas espero poder jogar dentro de uma, duas semanas. O campeonato russo terminou em Novembro.