O processso sumário a Pedro Mantorras por ter sido detido a conduzir sem carta de condução válida vai passar à forma comum, por falta de provas essenciais ao julgamento, decidiu esta sexta-feira a juíza, que ouviu o avançado do Benfica no Tribunal do Seixal. O jogador admitiu que tinha conhecimento de que não podia conduzir com a carta de condução angolana, antes de ser detido na operação stop do passado dia 5 de Março.
O avançado explicou que tomou conhecimento da impossibilidade «há 20 dias», portanto cerca de uma semana antes da sua detenção. A juíza Ana Viegas defendeu que o tribunal considera a conduta do jogador como «crime».
No comunicado lido no final da audiência, a juíza Ana Viegas explicitou que «por haver necessidade de diligências de prova que não podem ser concretizadas no prazo de 30 dias, a contar da detenção do arguido no dia 5 de Março de 2007, foi determinado que os autos fossem enviados para a forma comum, não tendo havido qualquer decisão judicial.»
A decisão surgiu na sequência de cinco outros casos similares, que foram lidados da mesma forma. De resto, a juíza salientou que a cópia da carta de condução angolana de Pedro Manuel, que consta do processo, não é perceptível, pelo que o jogador terá de apresentar o documento original que se encontra na posse da esposa. Assim, não sendo possível reunir os elementos necessários até ao dia 5 de Abril, dia em que termina o prazo do processo sumário, os autos foram enviados para a fase de inquérito, passando então para processo de forma comum.
A esposa do jogador encontra-se de momento em Angola, para onde se deslocou assim que Mantorras soube da ilegalidade, conforme o próprio informou, «para tratar de um documento que permite trocar a carta cá», sendo que o futebolista acrescentou que terá «de fazer o código em Portugal».
O número nove do Benfica já fez saber que se irá deslocar em breve a Angola para tratar do assunto pessoalmente, aquando do jogo da selecção dos «palancas negras». «Aqui em Portugal há muitas cartas angolanas falsas e então tenho de provar que a minha é verdadeira», afirmou o jogador, que não se mostrou disponível para prestar declarações aos jornalistas.
O advogado Andrade e Sousa, representante do jogador, mostrou-se confiante à saída do tribunal: «O processo vai para fase de inquérito, vão ser apresentadas provas, as testemunhas vão ser ouvidas. As expectativas são absolver o Mantorras.»
No final da sessão, segundo a Lusa, a juíza Ana Viegas pediu um autógrafo a Mantorras, alegando ter recebido um pedido do seu filho.