Manuel Cajuda, treinador da U. Leiria, em declarações na sala de imprensa, no final da derrota por 2-1 frente ao Sp. Braga.

«Vir jogar ao estadio de um candidato ao título e com a beleza de jogo que o Braga tem tido, não deixa de ser preocupante, mas também é um fator motivacional muito bom. Tínhamos uma missão extremamente complicada pela frente. O Braga tinha, também alguma dor do jogo da primeira volta e estava ferido por nós. Isso aumentava as nossas dificuldades. Deixamos carácter e dignidade em campo porque posso perder o prestigio, mas isso ganha-se e perde-se no campo, mas o que não se pode perder é carácter e dignidade. Mostrámos uma lição para o país. Mesmo em dificuldades temos deveres para cumprir. Sinto-me honrado por ver os jogadores cumprirem o seu dever.»

«Há um golo limpo que não é validado e depois temos uma demonstração de classe futebolística que não envergonha ninguém. Não deixamos de estar em ultimo,mas não queremos vitórias morais, mas mostramos que os nossos deveres somos capazes de cumprir. Porque não podemos falar dos árbitros? Se em dez jogos conto cinco que somos prejudicados. Fair-play? Uma fava o fair-play. Eu bato palmas de ver o Braga jogar assim. Não fico aborrecido por ver o Braga jogar assim, mas não temos de ser prejudicados.

[Sobre o momento do clube:] «Ninguém pode falar da nossa realidade porque ninguém a conhece tão bem como nós. Muitas pessoas antes do jogo olhavam para nós como os coitadinhos, estamos a tentar resolver os nossos problemas, temos noção dos nossos deveres e há coisas que devemos parar para pensar e deixar de ser egoístas. Milhões de pessoas vivem piores do que nós. Não estou a pedir favores para trabalhar em Portugal, nem quero fazer papel do triste, pobre e coitadinho. Mas temos de mostrar que somos seres humanos e lutamos pelas dificuldades. A vida é difícil, se não não chorávamos quando nascemos. Todos os anos há primeiro e ultimo, não sei porque o primeiro há de ser mais digno que o ultimo. Se tiver de perder o prestigio todo no Leiria perco-o. Não abandono barcos nem deixo ninguém atraiçoar.»

[Sobre os protestos de Shaffer quando saiu:] «Ele tem o direito de protestar e eu tenho o direito de comandar. Comparado com os que tenho esse problema é tão pequeninho que nem vale a pena estar com preocupações.»

A crónica do jogo

Os destaques do jogo