As vitórias de Desp. Aves, Estoril, V. Setúbal e Moreirense na 21ª jornada, mais as derrotas de Feirense, Paços Ferreira, Belenenses e Tondela, ajudaram a aumentar ainda mais o engarrafamento no fundo da tabela. Os quatro últimos estão separados por dois pontos. E há apenas seis pontos de distância entre a primeira equipa na segunda metade da tabela, o Portimonense, e a linha de água, quando falta pouco mais de um terço para o final do campeonato.

A luta para fugir à descida é sempre intensa e dura até ao fim e não é difícil imaginar que esta época será particularmente acesa, com o pelotão da segunda metade bem mais compacto do que é habitual. Mas a história, e o passado recente, também dizem que daqui até ao fim muita coisa vai mudar.

Na época passada, por esta altura, havia um fosso já de 13 pontos entre o 10º classificado e a zona de descida, onde estavam Tondela e Nacional, em igualdade pontual. Esse campeonato é o melhor exemplo de como o estado de forças pode alterar-se. Quem estava na 10ª posição à 21ª jornada era o Arouca, a quem essa almofada de 13 pontos de nada serviu. Acabou mesmo por descer na última jornada e salvou-se o Tondela.

Pela segunda época consecutiva, aliás. Em 2015/16 também era o Tondela o «lanterna vermelha» por esta altura, mas chegou vivo à última ronda e ficou mesmo na Liga, depois de vencer a já despromovida Académica. Caiu o U. Madeira, que perdeu nessa derradeira ronda com o Rio Ave. Os madeirenses estavam à 21ª ronda apenas cinco pontos acima da linha de água.

Olhando para as últimas 10 temporadas, apenas em 2011/12 havia uma distância semelhante entre o primeiro clube na segunda metade da tabela e o último. Eram seis pontos à 21ª jornada, num campeonato a 16 equipas. Se tomarmos por referência a 17ª jornada, quando faltava jogar os mesmos 13 jogos que agora, essa diferença era de cinco pontos.  Nessa época as equipas que chegaram à 21ª ronda nas últimas duas posições, Feirense e U. Leiria, acabaram mesmo por descer. E a 13 jornadas do final o cenário não era muito diferente. O U. Leiria já era último e o Feirense estava um ponto acima da linha de água.

Sinais mais e sinais menos

Entre as equipas que estão na segunda metade da tabela há sinais bem diferentes. O Estoril, que esteve 11 jogos sem vencer entre 19 de agosto e 16 de dezembro, está a mostrar outra face. Tem duas vitórias seguidas, a última delas sobre o Sporting, e ainda o meio jogo em atraso com o FC Porto, que está a vencer ao intervalo.

Também o V. Setúbal vai numa tendência de recuperação, sem perder há seis jornadas, depois de seis derrotas consecutivas. O Desp. Aves, por outro lado, continua na última posição, mas conseguiu agora inverter uma tendência negativa, com seis derrotas nos últimos sete jogos. O Moreirense também vem dando bons sinais. Depois do empate com o FC Porto, a vitória sobre o Tondela inverteu uma fase em que apenas ganhou dois pontos em quatro jogos.

Em sentido contrário o Tondela, que vai numa série de três derrotas seguidas que abalaram a aparente tranquilidade da equipa na classificação, ou o Belenenses, que não ganha para a Liga há 11 jogos, mesmo com a mudança de treinador e alguns bons sinais em campo da equipa orientada por Silas.