«Quando todos temos o poder, todos damos o máximo

Em cada minuto de uma hora, não pensamos em mais nada

E todos recebem o poder, todos recebem o melhor

E todos dão tudo, e em cada música todos cantam

Vida é vida! (life is life)»


Diego chegara a Nápoles, sul de Itália, há cinco anos. O clube italiano resgatara D10S ao Barcelona, em 1984. «O Maradona transformou uma equipa média como o Nápoles num grande», recorda Alemão, ao Maisfutebol.

Assim foi. Pelusa comandou os napolitanos numa subida a pulso. Chegou sem saber ao que ia. Três anos depois, levava o Nápoles ao título da Serie A, já com os brasileiros Careca e Alemão a seu lado. Faltava a Europa.

Diego Armando Maradona estava no seu auge. Vencera, praticamente sozinho, o Campeonato do Mundo de 1986. Regressara ao Nápoles com todo o seu esplendor, encantando o Velho Continente. Conquistou dois campeonatos italianos, uma Taça de Itália, uma Supertaça italiana e a Taça UEFA.

Aquecer para a história

O Nápoles, até então uma equipa simpática de Itália, transformara-se num adversário temível. Nessa caminhada europeia, na época 1988/89, a turma de Maradona ultrapassa Juventus e Bayern de Munique, dois colossos, até chegar à final. No aquecimento para a meia-final, frente à armada germânica, D10S colocou todo um estádio a cantar.

De repente, possuído por algo mais que a paixão pelo jogo, Maradona envolveu-se numa dança com bola, ao som de «Life is Life», dos Opus. Ninguém esquece aquele momento, aquela demonstração pura de génio num pico de adrenalina. Aliás, quem passar pelo Nápoles, continuará a aquecer ao som daquela música, perpetuada na instalação sonora do Estádio San Paolo. Até hoje.

«Tenho as melhores recordações daquela época, estávamos a jogar no campeonato mais forte do Mundo, nessa altura, disputando os títulos com o poderoso Milan. O Maradona transformou uma equipa média como o Nápoles num grande», frisa Alemão.

«Enfrentava uma pressão enorme»

O Nápoles chegou ao topo da Europa em 1989. Maradona trilhava caminhos sinuosos. «Ele transmitia respeito, aos jogadores e aos adversários. Fui muito bom, muito importante ter partilhado uma fase da carreira com o Maradona. Lemos sobre os seus problemas, mas nós não sabíamos de nada, mesmo nada.»

«É um problema pessoal e felizmente está recuperado. O Maradona enfrentava uma pressão enorme, até hoje não há nem houve um génio como ele, portanto ele podia sair à rua. Connosco, sempre foi boa pessoa e chegou a estar connosco em duas passagens de ano», garante Alemão, antigo internacional brasileiro, em conversa com o Maisfutebol.

Maradona ficou sete anos em Nápoles, uma vida, o auge da carreira entre ligações perigosas. A droga, os contactos indirectos com a máfia, um filho ilegítimo, várias manchas na passagem de D10S por terras transalpinas. As polémicas adensavam-se. Em Março de 1991, é apanhado pela primeira vez num controlo antidoping. Adeus, Itália. Maldita cocaína.

«Life is life», by Maradona



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