Leia a primeira parte da entrevista

A 17 de Março de 1991, depois de um jogo contra o Bari, Maradona acusa o consumo de cocaína e é suspenso dos campos por 15 meses. A cena repetiu-se no Mundial dos Estados Unidos de 1994, onde conseguira um sensacional comeback, depois de por diversas vezes ter anunciado o fim da carreira. Desta vez, os testes denunciaram vestígios de efedrina, provavelmente utilizada no combate aos quilos supérfluos, que com ele travaram uma batalha de muitos anos.

Seguiu-se nova suspensão, e mais anúncios repetidos da retirada dos relvados. Mas a devoção dos adeptos argentinos e a paixão pelo futebol foram falando sempre mais alto. Aos 37 anos, finalmente, a estrela argentina arrumou as chuteiras, mas não disse adeus às polémicas, nem às drogas.

Depois de várias curas de desintoxicação mal sucedidas, o astro argentino viajou até Cuba para tentar libertar-se das substâncias que ditaram alguns dos episódios mais dramáticos da sua carreira. Ainda assim, Maradona continua na memória dos adeptos de todo o mundo. E igual a si próprio. No início do século XXI não deixou de manifestar o seu descontentamento com a atitude da FIFA, que o fez dividir com Pelé o título de melhor jogador de futebol do séc. XX, apesar de ter sido Diego a ganhar a votação na internet, organizada pela própria FIFA.

Os últimos anos têm sido de enorme contradição, como em toda a sua vida, oscilando entre a euforia e o desespero (roçando a morte). Em 2004 fica em coma vários dias novamente por causa da maldita cocaína, sofre durante meses e em 2005 consegue recuperar, já em Cuba, onde privou com Fidel Castro. É operado para reduzir peso e torna-se estrela de televisão com o programa «Na Noche del Diez». No Mundial de 2006 é recebido na concentração da seleção argentina como um deus.

A oportunidade para treinar a Argentina surgiu em 2008, mas foram mais as polémicas do que as conquistas, pelo que a sua saída em 2010 (após a eliminação no Mundial) foi considerada natural. Viria ainda a treinar o Al Wasl, dos Emirados Árabes Unidos, em 2011 e 2012.