Marc Janko não teve um início de carreira fácil: filho de dois atletas, o jovem enfrentou uma juventude complicada. O problema acabaria por se tornar uma solução. Janko tinha um problema de crescimento, por excesso: somava centímetros num desenvolvimento acima do normal que lhe provocava lesões.

Muito jovem acabaria por chegar aos 196 centímetros que agora o tornam um jogador temível: muito forte e com um excelente jogo de cabeça. Janko, de resto, não esconde em entrevistas o problema que teve com lesões, mas realça sempre que valeu a pena: considera-se um privilegiado por ser jogador.

«Janko pode marcar tantos golos quanto Jardel»

Dificilmente podia ser de outra forma, aliás. O desporto está-lhe no sangue. A mãe foi campeã de lançamento do dardo (medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de 1968 e ainda detentora do recorde austríaco da modalidade), o pai foi campeão austríaco de salto em altura entre 1966 e 1968.

Apesar das ligações sentimentais ao atletismo, o jovem Janko sempre mostrou preferir o futebol. Com apenas oito anos começou a jogar no modesto VfB Admira Wacker Mödling, o clube dos arredores de Viena. Foi lá que cumpriu toda a formação, durante catorze anos, até se estrear como profissional.

Presença esporádica nas selecções jovens, desde os sub-18, Janko já era seguido pelos grandes austríacos. Por isso bastaram treze jogos e dois golos nos seniores para convencer o Red Bull a contratá-lo. No clube de Salzburgo, cidade que aprendeu a gostar, Janko viveu os melhores momentos.

Com Co Adriaanse nos melhores momentos

Durante cinco épocas fez 108 jogos e marcou 75 golos. A melhor foi em 2008/09, com Co Adriaanse como técnico: uma temporada de sonho, que lhe valeu 41 golos em jogos oficiais, 39 dos quais na liga austríaca. A IFFHS considerou-o o melhor marcador do ano e mas Forlan ganhou a Bota de Ouro.

O treinador acabaria por o reencontrar dois anos depois, no Twente, onde já estava o avançado. Curiosamente Janko não voltou a ter uma época como aquela. Afectado por lesões, fez apenas 18 jogos e nove golos na liga austríaca, melhorando ligeiramente na estreia na Holanda: 29 golos, 14 jogos.

Esta temporada, no reencontro com Co Adriaanse, Janko voltou a reencontrar também a capacidade de fazer golos: em 25 jogos, marcou por 16 vezes, dez vezes das quais na liga holandesa. O avançado, que se considera um homem descontraído e brincalhão, voltava assim a ganhar a capacidade de sorrir.

A saída de Adriaanse, em Janeiro, abriu caminho também à saída de Janko: Steve McLaren, o novo treinador do Twente, não sente que Janko é imprescindível para a frente de ataque, até porque para essa posição conta com Luuk de Jong, o melhor marcador da liga holandesa com 16 golos.

Uma desilusão difícil de ultrapassar

Para além de um gigante, o F.C. Porto garante também um jogador experiente, que aos 28 anos é o capitão da selecção austríaca. Fez a estreia a 23 de Março de 2006 e desde então realizou 24 jogos pela equipa nacional, tendo marcado dez golos: Roland Linz, por exemplo, apontou oito golos em 38 jogos.

Curiosamente, foi pela selecção que Janko viveu uma das maiores frustrações: inicialmente chamado numa lista alargada, foi um dos jogadores cortados em 2008 pelo seleccionador Hickersberger e por isso falhou o Europeu 2008 que a Áustria jogou em casa. O seleccionador preferiu... Linz.

Veja um vídeo de Janko: