O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, prestou na terça-feira homenagem a Mário Wilson, comparecendo no velório do antigo futebolista e treinador, pessoa que considerou consensual e sem anticorpos.

«Fiz questão porque o Presidente da República representa o país e o Mário Wilson merece a homenagem do país, já a mereceu uma vez, através da condecoração do presidente Mário Soares, que já foi há muitos anos, mas a sua vida merece este agradecimento em nome de todos os portugueses», disse Marcelo Rebelo de Sousa, na Capela do Centro Paroquial de Oeiras, onde decorre o velório do velho capitão, que morreu na segunda-feira, aos 86 anos.

Funeral de Mário Wilson é esta quarta-feira

O Presidente da República realçou a raridade de encontrar «uma pessoa que não tenha anticorpos», como considerou Mário Wilson.

«Era totalmente consensual, as pessoas podiam ter vários clubes, orientações pessoas, sociais e até políticas, sendo ele um grande democrata e um grande resistente contra a ditadura, mas, mesmo tendo as suas convicções, soube dar-se bem com toda a gente do futebol, era um grande senhor, planava por cima das guerras que existem no desporto. Deixa essa imagem e a imagem de ter servido Portugal, como educador, porque encarava o futebol como uma escola em que era possível educar», referiu.

Antes, o Chefe de Estado já tinha expressado o pesar pela morte de Mário Wilson, através da página oficial da Presidência na Internet.

«Mário Wilson teve uma longa carreira futebolística primeiro no Sporting e depois na Académica, enquanto jogador. Foi selecionador nacional e treinador do Benfica tendo-se destacado pela disponibilidade e pelo sucesso em treinar o clube em difíceis momentos de transição. Nascido em Lourenço Marques, Mário Wilson foi também um corajoso apoiante de movimentos de independência em Moçambique. O velho capitão deixa o futebol português mais pobre», lê-se na página da Presidência da República.