Ainda que reconheça não saber «tudo ao pormenor», Marco Aurélio é espectador atento do campeonato português. Pelo menos para analisar as capacidades do «seu» Sporting. O campeonato actual dos leões, apesar da recente melhoria, tem deixado muito a desejar, o que entristece o antigo capitão leonino.
«Obviamente que não gostaria que fosse assim. Queria ver o Sporting a lutar pelo título. No início as coisas andaram mal, com a saída do Paulo Bento e é sempre complicado recuperar. Isto num campeonato que o Braga disputa como um autêntico grande. Eu vi o jogo do Braga em Alvalade no início do campeonato e disse logo ali que este ano ia haver mais uma equipa a disputar o título. E com o Benfica e o F.C. Porto como crónicos candidatos, o cenário para o Sporting dificultou-se ainda mais. Agora é preciso ganhar todos os jogos e ver o que acontece, a ver se ainda dá para pensar na Liga dos Campeões», atira.
Marco Aurélio: «Com Figo e Balakov não sobravam livres para mim»
Marco Aurélio acha que falta ao Sporting e ao próprio campeonato português, um maior rigor na contratação de jogadores de fora do país. «Os estrangeiros têm de chegar e acrescentar algo, senão não vale a pena. O campeonato português precisa de estrangeiros de qualidade», afirma.
O prognóstico para o vencedor é dado em forma de fatídica certeza: «Infelizmente, para mim, vai ser o Benfica o campeão. Eu preferia que fosse o Sp. Braga, mas, fazer o quê? Entre o Benfica e o Braga prefiro o Braga. Está mais distante, não está do outro lado da auto-estrada. Quando ganha a equipa do outro lado é duro. Ainda hoje de vez em quando recebo mensagens de amigos meus do Benfica quando o Sporting perde.»
A gratidão a Queiroz num Sporting de grandes centrais
O ano de 2010 vai ficar, ainda, marcado pelo Campeonato do Mundo, onde o Brasil, o país de origem de Marco Aurélio, e Portugal, o país que o acolheu, se enfrentam. «Vai ser duro tanto para o Brasil como para Portugal. O Brasil, pela sua história, tem condições para se qualificar tranquilamente. Mas tudo vai depender da primeira partida, porque uma derrota no primeiro jogo condiciona. E no final há um Portugal-Brasil, que espero que aconteça com as duas equipas já qualificadas. Aí um 0-0 está bom. Depois, quem sabe uma final? Seria maravilhoso, porque para mim, quem ganhar ganhou...», refere.
No banco da selecção portuguesa estará um velho conhecido de Marco Aurélio: Carlos Queiroz, o treinador que o levou para Alvalade. «Foi muito importante na minha carreira. Cheguei a uma equipa que tinha o Vujacic e o Stan Valcx como titulares e que tinha acabado de contratar o Naybet. E mesmo assim ele fez força para me irem buscar também. E não fui só para integrar o grupo, fui para jogar. Aliás, o único treinador com o qual não joguei uma única partida foi o Carlos Manuel. Com o Carlos Queiroz foram dois anos maravilhosos, tenho uma gratidão muito grande», reconhece.