Depois de ter garantido a presença no «playoff» da Liga Europa, o Estoril já não olha para a fase de grupos como um sonho, antes como um feito histórico à beira de ser alcançado, mesmo reconhecendo valor ao Pasching, um adversário pouco conhecido.

«Neste momento já não é um sonho, é algo que queremos que se torne realidade, e vamos trabalhar muito para isso», disse Marco Silva, na antevisão do encontro desta quinta-feira.

O técnico assumiu ainda estar mais informado sobre este Pasching do que estava relativamente ao Hapoel Ramat Gan, o adversário anterior. «Tivemos a oportunidade de ver um jogo ao vivo, algo que não tinha acontecido com o Hapoel. É uma equipa que está num escalão secundário mas que fez uma grande campanha na Taça da Áustria. Defrontou as três principais equipas, duas delas fora de casa, e depois derrotando o campeão na final. A eliminar é forte, sobretudo nos jogos fora de casa», explicou.

Marco Silva considera que o Pasching é mais forte do que o Hapoel, por ter «jogadores individualmente mais fortes. «Embora não seja uma equipa tão aguerrida quanto o Hapoel, mas tem jogadores jogadores no último terço. Tem extremos rápidos e um jogador atrás do avançado que é forte nas bolas paradas», acrescentou.

O Estoril espera um adversário encolhido no terreno de jogo, à espreita do contra-ataque. «Vamos querer assumir o jogo como sempre, manter a identidade, sabendo que os golos fora têm muita importância, e por isso temos de ser equilibrados. Mas queremos um resultado que nos permita encarar a segunda mão com otimismo. Se não acontecer, temos a segunda mão para inverter a situação», afirmou Marco Silva.

Sem favoritismo e com menos ansiedade

Embora o Pasching jogue na terceira divisão austríaca, Marco Silva prefere não assumir o favoritismo antes da eliminatória.

«É uma equipa que está também a viver um momento histórico. É normal compararmos os campeonatos, e dizermos que o português é mais forte, e este adversário está num escalão inferior, mas o Estoril não tem historial na Europa. Devemos ter a humildade de reconhecer qualidade ao adversário. É como se um clube da nossa segunda divisão tivesse eliminado Porto, Benfica e Sporting para ganhar a taça. Tirando o ala esquerdo, a equipa é a mesma», alertou.

Esta postura cautelosa não impede, contudo, que o técnico assuma confiança para a eliminatória. «Acredito que o adversário possa encaixar um pouco na nossa forma de jogar, e naquilo que apanhamos por vezes no campeonato, aqui em casa. O jogo com o Nacional pode ter sido um bom ensaio, embora o Nacional seja mais forte», afirmou.

Na receção ao Hapoel o Estoril não foi além do nulo, mas Marco Silva lembra a «grande resposta que a equipa deu em Israel, perante condições muito difíceis, com muito calor e humidade», e também frente ao Nacional, recuperando de uma desvantagem para garantir um triunfo por 3-1. «No primeiro jogo houve alguma ansiedade da equipa, do próprio clube e dos adeptos. É normal», assumiu o técnico.