Os clubes profissionais de futebol, reunidos em Coimbra, decidiram requerer a marcação de uma nova Assembleia Geral eleitoral da Liga de clubes e a revogação das anteriores listas.

No final da reunião com os presidentes dos clubes das duas ligas profissionais, o líder do Estoril-Praia, Tiago Ribeiro, disse que foi decidido requerer um novo ato eleitoral, no qual os clubes signatários revogam as subscrições das listas atuais.

De acordo com o líder estorilista, os clubes pretendem arranjar uma solução consensual, adiantando, contudo, que ainda não há qualquer nome em cima da mesa.

«Há um entendimento, uma vontade geral que se encontre um nome de consenso, que seja uma lista única talvez, para se apresentar às eleições já com um projeto de alteração estatutária, de governança, que é a vontade de todos os clubes aqui presentes», salientou Tiago Ribeiro.

«Agora o presidente da Mesa da Assembleia já tem liberdade e obrigação de convocar uma assembleia eleitoral, dando prazo para apresentação de novas listas», acrescentou o dirigente.

Tiago Ribeiro revelou ainda que para os clubes o mais importante será o projeto apresentado, sendo necessário um plano de alteração estatutária, que torne a Liga Portuguesa de Futebol Profissional novamente governável.

Mário Figueiredo foi reeleito para um segundo mandato à frente da Liga nas eleições de 11 de junho, mas o ato foi anulado pelo Conselho de Justiça (CJ) da FPF, que mandou repetir as eleições, por considerar que as listas encabeçadas por Fernando Seara e Rui Alves - rejeitadas pela Mesa da Assembleia-Geral - eram válidas.

Segundo o presidente do Estoril-Praia, Mário Figueiredo tem de «entender a vontade dos clubes, depois de ter tentado uma situação que percebeu-se não ser viável, colocando a Liga na eminência de colapso financeiro».

«Ou se afasta imediatamente ou aguarda um novo ato eleitoral e vai ser afastado naturalmente porque não será reeleito», sublinhou Tiago Ribeiro.

Sobre a possibilidade de a FPF vir a assegurar a realização dos campeonatos profissionais, o líder estorilista disse que essa não é a vontade dos «clubes, nem da Liga e da própria Federação e do Governo».
«Mas se tiver de acontecer, por uma questão imediata de financiamento das competições, vamos ter de aceitar, mas temos de trabalhar o mais rapidamente para que a Liga recupere a sua condição de organizadora dos campeonatos profissionais», referiu.

Dos 36 clubes da I e II Ligas, só Penafiel, Desportivo de Chaves, Atlético, Santa Clara e Feirense não estiveram presentes na reunião, embora tenham justificado a sua ausência.