João Henriques, treinador do Marítimo, analisa a derrota sofrida com o Benfica, na Luz, para a sétima jornada da Liga (5-0):

«Os números correspondem ao que o Benfica fez. Fomos demasiados passivos. Não tivemos confiança para assumir jogo na primeira pare. Praticamente só defendemos, e não era isso que queríamos. Fomos tão passivos que perdemos 16-5 em faltas. Jogar na luz, com uma equipa com a confiança que o Benfica tem, e fazer cinco faltas… é impossível.»

«Não é a melhor fase do Marítimo. De um lado uma equipa com 100 por cento de confiança, a receber uma equipa que nem sei dizer a percentagem de confiança que tem. Temos 10 lesionados em fase de recuperação, e que estas duas semanas vão permitir reabilitar. O Beltrame já fez alguns minutos aqui, e contamos com jogadores importantes para ajudar a equipa. Nota-se falta de confiança, o medo de assumir. Fizemos muito pouco para discutir o jogo.»

«Estamos tristes, queríamos fazer algo diferente. Continuamos sem pontuar e o Benfica continua sem perder pontos. É uma equipa híper motivada, frente a uma equipa com uma crise de confiança.»

[sobre o peso do segundo golo, logo a abrir a segunda parte] «Nunca gostamos de sofrer golos, mas é um facto [que deitou por terra tudo o que tinha sido falado ao intervalo]. Procurámos retificar coisas ao intervalo, fizemos alterações. Se não conseguíssemos marcar, queríamos levar o 1-0 o mais possível, para depois jogar algumas cartadas. Sofremos logo o 2-0, e animicamente a equipa foi abaixo. Houve uma altura em que pedi mesmo ao guarda-redes para ficar no chão, pois precisava de conversar com a equipa e reorganizar. A bola queima nos pés, e é esse trabalho que estamos a fazer. Vamos ter a pausa, e entramos num ciclo de seis jogos com equipas do nosso campeonato. Hoje não foi um jogo do nosso campeonato, muito por nossa culpa. Não estivemos à altura, por estes fatores todos. As minhas palavras vão para que os adeptos e sócios do Marítimo: fiquem tranquilos, pois esta equipa vai fazer muitos pontos. Vamos jogar um futebol competitivo. Vir a recintos como este e discutir o jogo. Hoje não o conseguimos fazer.»

[sobre a importância da paragem] «Vai permitir ganhar duas semanas para os lesionados, tentar introduzir ideias. Isso é fundamental. Ainda por cima só jogamos depois na segunda-feira, e todos os dias são fundamentais para colocar o que queremos em prática. O jogo com o Casa Pia vai ser o nosso teste. A confiança ainda não estará no máximo, mas já será adequada para vencer o jogo e iniciar um ciclo positivo.»

[sobre o plano pensado para travar o Benfica] «Queríamos fazer várias coisas, mas não fizemos nada. Não vale a pena estar aqui com muitas questões táticas. Nunca chegámos à primeira fase de construção do Benfica. Na segunda fase também conseguiram entrar. Em bloco baixo era 5x4x1, mas o Benfica também conseguiu entrar. Nada disso fizemos. Mesmo quando recuperávamos a bola, a equipa estava encolhida. Os jogadores sabem fazer isso, mas o momento faz com que as coisas sejam mais difíceis.»