O treinador do Marítimo, José Gomes, afirmou esta quarta-feira que o estádio dos insulares tem condições para receber os jogos que restam ao clube na I Liga de 2019/2020 e defendeu que a retoma do principal campeonato privilegia «operações financeiras» em vez do futebol.

«Com todas as exigências que têm de ser feitas nestes cenários, eu não vejo qual seria a dificuldade de realizar jogos no nosso estádio, que tem excelentes condições, vários balneários com várias entradas. Na deslocação, feita de avião, a equipa, a viajar sozinha, está protegida de qualquer possibilidade de contágio, por isso estou convencido de que vamos fazer os nossos jogos em casa, no nosso estádio, na Madeira», afirmou José Gomes, em declarações ao Canal 11.

O técnico, que cumpre a segunda semana de quarentena após ter chegado à ilha a 27 de abril, diz que «a forma como se está a construir esta retoma, neste modelo, neste momento, é muito mais a retoma das operações financeiras e do dinheiro que é preciso recuperar, atendendo ao que se poderia perder por não haver transmissões televisivas, do que propriamente o futebol». «Neste momento, não se pode falar ainda de futebol», acrescentou.

O Marítimo regressou aos treinos na segunda-feira, ainda sem José Gomes, que considera o retorno aos relvados uma «loucura» e um desafio extraordinário» para os treinadores. Na próxima semana, antecipou, o Marítimo vai trabalhar com grupos de mais jogadores, abordando «questões mais complexas», ao contrário dos seis grupos de quatro nos primeiros dias.

Para o treinador de 49 anos, o regresso da I Liga, autorizado para o fim de semana de 30 e 31 de maio, é cedo. «Nós parámos sensivelmente o mesmo tempo ou até mais do que acontece no período de férias dos jogadores. Depois das férias no verão, os jogadores recomeçam todos juntos, a trabalhar, desde o primeiro treino, todos os princípios e subprincípios do que será o modelo de jogo e ainda se fazem jogos amigáveis», lembrou.

Ainda assim, José Gomes projetou que o objetivo do Marítimo, atual 15.º classificado, com 24 pontos, é «procurar potenciar o tempo» que há disponível «para que a retoma dos jogos não possa demonstrar qualquer lacuna» a nível competitivo.