Julio Velázquez, novo treinador do Marítimo, assume que a «situação não é boa», mas prefere ser «positivo», admitindo que, para além de já ter duas passagens por Portugal enquanto treinador, acompanha regularmente a liga portuguesa.

«A situação agora não é boa, mas gosto de ser muito positivo e, conheço a Liga portuguesa. Acompanhei o Marítimo ao longo de toda a época e sei que tem um bom plantel, com bons jogadores e qualidade», frisou o terceiro treinador do clube do Almirante Reis esta época, que sucede a Milton Mendes, solução interina para a saída de Lito Vidigal à oitava jornada.

A apresentação oficial do treinador, natural de Salamanca, aconteceu esta quinta-feira no Complexo Desportivo do clube, com a presença do presidente Carlos Pereira. «Estamos aqui para apresentar o treinador que nos vai guiar, espero que por muito tempo», começou por dizer o dirigente, afiançando que «ninguém contrata para errar», mas que o futebol é uma «caixinha de surpresas», não é uma «ciência exata», por isso é que «acontecem estas alterações».

O presidente do Marítimo defende que a mudança não pecou por tardia, pelo contrário, aconteceu na «altura certa», explicando que a tarefa de tirar o clube da última posição não é tão «árdua como parece», porque existe «qualidade individual», falta «qualidade coletiva», razão pela qual a aposta recaiu sobre o treinador espanhol.

Julio Velázquez, que representou em Portugal o Belenenses, em 2015/16 e no início de 2016/17, e o Vitória de Setúbal, na temporada 2019/20, cumpre na Madeira a terceira experiência no futebol português.

Entre as duas passagens por Portugal, o técnico espanhol teve uma breve passagem pela Udinese, que milita na Serie A italiana, com apenas 13 jogos e, pelo AD Alcorcón da II divisão espanhola.

«Acho que temos a matéria suficiente para alcançar o objetivo. Temos um plantel com qualidade, é trabalhar não só a nível de quantidade, mas sobretudo a nível da qualidade e dignificar o que representa este emblema e deixar os adeptos orgulhosos do que a equipa alcançou no final da época», apontou o novo líder do quadro técnico da equipa insular.

O técnico, de 39 anos, admitiu ser «ambicioso», mas relembrou que é preciso muita «humildade», notando que o «objetivo, a manutenção» é “possível” a doze jogos do final do campeonato.

 O presidente do Marítimo, Carlos Pereira, terminou a conferência de imprensa garantindo que o novo treinador estará no banco na partida de sexta-feira, diante do conterrâneo Nacional, se a «burocracia não emperrar em alguma coisa».

Cerca de duas dezenas de adeptos juntaram-se nas imediações e abordaram o presidente Carlos Pereira e Julio Velázquez, desejando sorte ao novo técnico, mas dirigindo duras críticas ao presidente pela atual classificação do clube madeirense.