Marrocos fez uma grande prestação no Mundial 2022 e o selecionador Walid Regragui destacou no quarto lugar, com a eliminação de Portugal pelo meio, o papel das mães dos jogadores.

«Elas trouxeram-nos luz. Normalmente, os jogadores passam muito tempo distraídos com raparigas, redes sociais, joias, fotografias, Rolex, Louis Vuitton, óculos... No Mundial de 2018, houve muitos problemas porque os jogadores trouxeram os seus agentes, namoradas e amigos para o campo de treinos. Alterei as regras no Mundial 2022: apenas esposas e filhos ou familiares próximos foram autorizados a permanecerem lá. Se eu lhes tivesse dado a escolha, as mães não teriam lá estado. Mas como só podiam trazer membros da família, havia muitas mães», revelou Regragui em entrevista entrevista ao jornal El Pais, salientando a importância do círculo familiar: 

«Para os muçulmanos, a reunião de famílias às sextas-feiras, à volta do cuscuz da mãe, é algo muito importante. Só as mães são capazes de reunirem os seus filhos desta forma. Hoje têm um grupo de WhatsApp, no qual organizam tudo.»

O treinador destacou também a vantagem de permitir que os jogadores levassem família para o centro de treinos onde a seleção esteve hospedada no Qatar.

«Estar trancado durante um mês, sem ver ninguém além dos seus companheiros de equipa, não é saudável. Mesmo que os meios de comunicação social e o público pensem que as reuniões fechadas lhes permitem concentrarem-se na vitória, a verdade é que passar o dia inteiro a falar de futebol com os seus colegas de equipa e a ouvir o treinador não é tão positivo como poder fazer uma pausa de vez em quando para passar uma hora com a sua família. Afinal, por que é que estes homens decidiram jogar por Marrocos? Por causa dos seus pais, dos seus avós... Porque em casa ganharam um sentido de pertença a um país que não teriam conhecido de outra forma», concluiu.