O Benfica continua a fazer o Marselha freguês, mesmo que este encontro entre ambos tivesse no resultado o fator menos importante. O primeiro onze da época encarnada trouxe apenas uma novidade: Luisinho na lateral-esquerda. As águias foram muito iguais ao ano anterior, mas no ritmo lento que qualquer primeiro encontro de preparação impõe. Um golo de Cardozo transmitiu o que o jogo mostrou: o Benfica foi melhor que os gauleses; já o 2-0 de Martins provou algo mais: que o médio português tem de estar neste plantel, ao qual voltou com estrondo.

Recorde o AO MINUTO

As ideias de Jesus estiveram todas lá desde início. A primeira equipa em campo assim o anunciava, também. Havia curiosidade para ver como se adaptava Luisinho, a peça nova. O ex-Paços de Ferreira teve pela frente o mais perigoso do OM. Remy deu lutam até que se lesionou. Ainda assim, o defesa português foi regular a defender e, numa equipa ainda a ganhar pernas, aparece bem no ataque em duas ou três ocasiões.

Quanto ao resto, o Benfica jogava como sempre. Posse de bola paciente no ataque, a tentar as combinações entre Aimar, Gaitán e Bruno César, com Witsel a surgir também. Cardozo na frente, claro. A defender, os encarnados tentaram pressionar alto e ganhar a bola cedo.

O Marselha pretendia fazer o mesmo, ou seja, assim que a bola chegava aos pés dos defesas dos encarnados, os franceses acorriam à bola de imediato. Javi Garcia e Witsel ainda perderam algumas bolas nessa situação, mas nada de grave. Ainda assim, a melhor ocasião pertenceu a Gignac. O ponta de lança ficou com a bola após um ressalto, fugiu para a área, mas encontrou Artur, que evitou o 1-0.

A partir daí, o domínio encarnado foi mais notório. Witsel pautava no miolo e mesmo que Gaitán e Bruno César ainda não tenham minutos para arrancar em velocidade, a troca de bola das águias foi boa. Ou seja, houve uma boa gestão dos minutos. Por isso, quando Witsel foi derrubado por Cheyrou e Cardozo, de penalty, fez o 1-0 num remate fortíssimo. O marcador em Sion passou a fazer justiça ao que se via em campo.

O segundo defesa-esquerdo

Não é segredo nenhum, o Benfica ainda procura um lateral-esquerdo. Há Luisinho e mais ninguém. Por isso, Jorge Jesus está obrigado a encontrar uma solução. E essa, para já, dá pelo nome de Melgarejo. O paraguaio entrou para o lugar, esteve bem quando subiu no terreno, mas é preciso um outro teste, para perceber as capacidades defensivas e, também, na saída de bola sob pressão.

Isto porque o Marselha quase não assustou Artur, primeiro, e Paulo Lopes depois, mesmo que o português tenha feito uma boa defesa, a remate de Raspentino. No entanto, os primeiros minutos da segunda parte encarnada foram bastante bons.

Ola John a romper, Martins bombardeia

Nolito de um lado e Ola John do outro furavam a defensiva gaulesa. Se o espanhol não é novidade, o holandês mostrou imensa facilidade em chegar à área. Ainda falta velocidade ao extremo ex-Twente, e, por outro lado, tem de começar a decidir melhor na zona fatal, onde, repete-se, chega sem grandes problemas.

No entanto, Ola John lesionou-se e Jesus foi fazendo trocas. Matic foi outro azarado e deu o lugar a Roderick, com Maxi Pereira, Luisão e Garay a fazerem os 90 minutos. O Marselha melhorou um pouco quando o Benfica rodou, mas os encarnados nunca perderam noção do encontro, mesmo que seja de preparação. Assim se explica que numa jogada pela esquerda, Nolito tenha sido soberbo a assistir Carlos Martins que com um pontapé forte e de primeira voltou ao clube com estrondo e a dizer presente.

Eis o onze

BENFICA: Artur; Maxi, Luisão, Garay, Luisinho; Witsel, Javi Garcia; Gaitan, Aimar, B. César; Cardozo.

Jogaram ainda: Paulo Lopes, Melgarejo, Ola John, Nolito, Saviola, Matic, Kardec, Enzo Pérez e Roderick