*enviado-especial ao Brasil

Apesar da expulsão na estreia, com a Costa Rica, Maxi Pereira recuperou a tempo de fazer um Mundial interessante, com boa participação nos jogos com Itália e Colômbia. O lateral do Benfica diz não estar preocupado com a renovação em curso no plantel encarnado, em especial na defesa, e diz que depois das férias contar volta à Luz com o moral em alta e preparado para tudo: «As expectativas para a próxima época são as melhores, mas a cabeça agora está focada na família, para depois começar com as pilhas carregadas. Depois disto só penso em descansar, passar uns dias tranquilos, e depois veremos. Mas em princípio estou a contar apresentar-me no Benfica depois das férias. O que vai acontecer depois disso é que já não sei», disse aos jornalistas portugueses, na despedida uruguaia do Mundial.

As novidades no Benfica não lhe têm passado completamente ao lado, mas a informação chega a conta-gotas, admite: «Tenho visto poucas notícias, porque com os treinos, os vídeos e as viagens sobrava pouco tempo para tudo o que não tivesse a ver com o Uruguai. Sei que Garay saiu, isso sim. E se é para o seu bem, então desejo-lhe o melhor: temos de estar gratos por tudo o que deu ao Benfica, mas há outros companheiros que esperam uma oportunidade e vão aproveitá-la», sublinhou.

De resto, a remodelação da defesa não é algo a que não se tenha habituado nas suas sete temporadas de encarnado, como faz questão de lembrar: «Nos outros anos foi a mesma coisa: saíram uns, chegaram outros, e a defesa foi sempre melhorando. Quando saiu o David Luiz veio o Garay e as coisas continuaram muito bem. Quem chega, é porque tem qualidades que foram apreciadas e vai ter condições de render o melhor possível», garantiu.

Sobre a participação no Mundial, nenhuma dúvida: a equipa foi até onde podia ir, em especial depois do sucedido com Luis Suarez: «Foi muito duro, em especial o primeiro dia, quando tivemos a confirmação de que ele ia ser afastado. Ver um companheiro deixar a concentração é sempre difícil, mas é daquelas coisas que não deixam margem para intervir. Por mais que se tenha opinião e se discuta, não se pode mudar», lembrou.

Maxi admite que a comitiva uruguaia parte do Brasil com um sentimento de revolta, embora não subscreva as teorias de conspiração que a imprensa do seu país tem sustentado, desde que a punição a Suarez foi conhecida: «Ficou esse sentimento, sim. Porquê tantos jogos, porquê agora, logo depois de termos passado o grupo? Mas a FIFA decidiu e não se pode mudar, eles é que mandam no futebol. Não acredito em perseguições e não quero pensar assim. Acho que este não é o momento para continuar a remexer na terra, depois de tudo o que aconteceu. Não vai mudar as coisas, nem o desfecho de uma situação que nos afetou a todos», concluiu.