McCarthy não compreende o comportamento do público quando são entoados cânticos racistas ou se emitam sons de um macaco sempre que um jogador de raça negra toca na bola. Já o tinha dito antes, testemunhando episódios passados em Espanha, e volta a fazê-lo agora, depois de ter ouvido alguns adeptos portistas terem o mesmo tipo de reacção para com Drogba no decorrer do encontro com o Chelsea.
«As pessoas têm de crescer, porque não vejo nenhuma razão que justifique aquele tipo de barulhos. Estão a fazê-lo a um jogador e esquecem-se que na sua equipa também têm negros, por isso o que é feito a um aplica-se a todos. Existe muita ignorância, porque mesmo que se queira afectar o rendimento de um jogador não se pode entrar por este tipo de caminhos», referiu, lançando um apelo urgente: «Queremos um mundo melhor e para que isso aconteça as coisas têm que começar a melhorar nos estádios de futebol. É importante respeitar o próximo, seja branco, preto, indiano ou de outra raça qualquer».
McCarthy não cala a revolta e grita bem alto o descontentamento em relação a um comportamento que, pelo menos para já, vem de um grupo reduzido de pessoas. «Fico zangado, porque também me estão a desrespeitar. Eu não sou diferente do Drogba ou de outro jogador negro, por isso ao fazerem aquele tipo de sons também me estão a afectar, porque eu não sou branco. Para mim, são apenas pessoas estúpidas, mas se isto continuar a crescer pode ficar incontrolável, por isso há que evitá-lo», reforçou no final do encontro com o Chelsea.
De assinalar que, no passado, vários clubes europeus sofreram sanções devido a situações similares. Aconteceu com o Boavista a 24 de Outubro de 2001, quando defrontou o Liverpool e alguns adeptos fizeram os mesmos sons quando Emile Heskey tocava na bola, o que motivou uma multa pesada. Aos dragões, porém, não deverá acontecer nada, isto porque, segundo a agência Associated Press, nada foi referido nos relatórios do árbitro ou do delegado ao jogo.