Em janeiro de 2020, depois de uma vitória por 2-0 ante o Sporting, em Alvalade, para o campeonato, o então presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, antecipou que o avançado Carlos Vinícius seria, no futuro, vendido por 100 milhões de euros. Porém, a saída definitiva consumada na quinta-feira, para o Fulham, dita um encaixe com o brasileiro que vai pouco mais além dos dez milhões de euros até ao momento.

«Se vou trazer mais reforços para o Benfica? Estão no Seixal os nossos reforços. Se estamos com uma saúde financeira tão boa que nos permite ir buscar o Weigl? O Weigl não é problema nenhum. Também fomos buscar um no início da época por 17 milhões e um dia mais tarde será vendido por 100. Isso são contas que vocês fazem e que não interessa nada», referiu Vieira, em alusão a Vinícius.

Em julho de 2019, o avançado, que em Portugal despontou no Real SC e depois no Rio Ave, foi contratado pelo Benfica ao Nápoles por 17 milhões de euros. Assinou por cinco épocas e ficou com uma cláusula de rescisão de 100 milhões de euros.

Porém, e depois de um empréstimo ao Tottenham num negócio feito por três milhões de euros, em outubro de 2020 - ainda com Vieira na presidência - Vinícius voltou ao Benfica no final da época 2020/21. Os londrinos não acionaram a opção de compra que tinham, que implicava um gasto adicional de 42 milhões de euros.

A 31 de agosto de 2021, e já sem Vieira na presidência, o Benfica voltou a ceder Vinícius, desta vez ao PSV Eindhoven, num empréstimo válido por duas épocas e realizado por 2,5 milhões de euros. O acordo, então comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), incluía uma «cláusula de opção de compra no montante de dez milhões de euros, de exercício obrigatório no caso de concretização das condições contratuais previstas».

Contudo, o empréstimo ao emblema neerlandês durou apenas uma temporada e, na quinta-feira, ficou fechado e confirmado o negócio de venda ao Fulham, por cinco milhões de euros, por 50 por cento do passe do atleta. «De referir que, previamente a este acordo, a Benfica SAD revogou o contrato de empréstimo que estava em vigor com o PSV Eindhoven, tendo em consideração que não estavam garantidas as condições contratuais previstas para o exercício obrigatório da cláusula de opção de compra», notou a SAD dos encarnados, na comunicação do negócio com o clube treinado por Marco Silva, à CMVM.

Contas feitas, Vinícius, que custou 17 milhões de euros ao Benfica, valeu aos encarnados um total de 10,5 milhões de euros, sendo que se sabe que, no empréstimo ao PSV, de 2,5 milhões de euros, a SAD do Benfica teve encargos com serviços de intermediação de 237.500 mil euros.