O diretor da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, assegurou esta quarta-feira que o ataque no Centro Ismaili, em Lisboa, insere-se na «prática de um crime de natureza comum» e que não há um «mínimo indício que aponte para um ato de natureza terrorista».

Em conferência de imprensa, Luís Neves revelou que os inspetores já conseguiram falar com o suspeito, o afegão Abdul Bashir, e que este forneceu «três ou quatro áreas de informação» que ajudam a fundamentar esta tese.

«Estão afastados todos os sinais de que seja um crime motivado religiosamente. Estamos a falar da prática de dois homicídios consumados e um homicídio tentado», afirmou Luís Neves, que disse ainda que o sucedido «tem que ver com as questões próprias da pessoa naquele momento e não com qualquer ato de radicalização».

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«O que pode estar aqui em causa, e isto só uma perícia psiquiátrica o poderá dizer, é um surto psicótico», observou ainda.

Luís Neves adiantou ainda que os inspetores estão à espera do mandado judicial para efetuar buscas à casa do suspeito.

Duas pessoas morreram e uma ficou em estado grave na sequência do ataque de terça-feira no Centro Ismaili. Abdul Bashir foi baleado pela polícia durante o ataque e está internado no Hospital de São José, em Lisboa.

Entretanto, o Ministério Público (MP) abriu um inquérito ao ataque, segundo uma nota publicada no sítio da Procuradoria-Geral da República (PGR).