Christopher Wenner, jornalista britânico mais conhecido como Max Stahl, morreu nesta quarta. O anúncio do desaparecimento do repórter foi feito nas redes sociais por José Ramos-Horta, ex-Presidente da República de Timor-Leste.

Max Stahl, que tinha 67 anos, esteve presente em alguns dos principais conflitos armados mundiais nas últimas duas décadas do século passado. Esteve muitas vezes em situações de risco, mas nunca deixou de cumprir a missão de informar.

Em 1985 foi repórter de guerra em Beirute (Líbano). Chegou a estar desaparecido, temeu-se o pior, mas voltou a dar notícias ao fim de 18 dias. Poucos anos depois, em 1991, tornou-se um nome essencial na história de Timor-Leste, quando filmou o massacre no cemitério de Santa Cruz, em Díli. É hoje reconhecido pela comunidade internacional como uma figura valiosa na luta pela libertação do povo timorense, tendo mostrado ao mundo os atos desumanos cometidos durante a ocupação indonésia.

Mais tarde, em 1998, numa durante outra reportagem, foi espancado por civis sérvios numa altura em que os balcãs atravessavam tempos forte convulsão na então Jugoslávia.

Max Stahl encontrava-se doente há alguns anos. Em 2019, já debilitado, o Parlamento Nacional de Timor atribuiu-lhe, por unanimidade, a nacionalidade timorense em reconhecimento pelo papel na luta pela libertação do país.