Fabrizio Miccoli, antigo jogador do Benfica e do Palermo, compareceu esta quinta-feira perante a imprensa para pedir desculpa pelas amizades mafiosas que fez na Sicília. O jogador, recorde-se, é até acusado de ter burlado o juiz Giovanni Falcone, que foi assassinado pela Cosa Nostra.
«Não sou uma mafioso. Estou contra a máfia e quer demonstrá-lo. Tenho tentado ao longo dos anos não ser só o capitão do Palermo. Deixei a minha família para me tornar num verdadeiro palermitano e por isso aproximei-me de pessoas que pensei que eram minhas amigas e não eram», disse.
Foi porém quando falou de Giovanni Falcone que Miccoli não aguentou e deixou as lágrimas cair pelo rosto. «Peço desculpas a Palermo e à minha família por tudo o que fiz. Não durmo há três dias e disse coisas que não penso. Estou desfeito. Cresci com os valores que os meus pais me deram.»
Miccoli está acusado de extorsão e violação de sistemas informáticos: o avançado terá convencido um funcionário de uma empresa de telecomunicações a dar-lhe o cartão SIM de três telefones que não eram utilizados pelos donos, para estes cartões serem utilizados em atividades ilegais.
Apesar disso, os adeptos do Palermo não lhe perdoam sobretudo o insulto que faz ao juiz Giovanni Falcone durante um telefonema intercetado, no qual falava com o chefe da Cosa Nostra Antonino Lauricella: Giovani Falcone foi assassinado e tornou-se um nome muito querido em Palermo.
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