[continuação de «Michael Jordan faz 50 anos (I)»]

Aos (quase) 50 anos, continua a imaginar o que é competir. Quando chegou aos Bulls, Michael Jordan também passou o primeiro período entre épocas a fazer centenas de lançamentos por dia. E acabou por se tornar também mortífero nos lançamentos de 3 pontos. Com Phil Jackson a chegar em 1989-90 e Scottie Pipen e Horace Grant a atingirem a maturidade competitiva, na época seguinte chegou o primeiro dos seis aneis de campeão da NBA (1991, 1992, 1993, 1996, 1997 e 1998) com as respetivas seis eleições de MVP das seis finais.

Os Chicago Bulls estavam no auge e Michael Jordan era imparável contangiando uma equipa que crescia à volta de um gigante a somar recordes: no primeiro jogo da final de 1991-92, Jordan arrancou 35 pontos na primeira parte incluindo os também inéditos seis lançamentos triplos; em 1992-93 fez uma média de 41 pontos nos jogos da final sendo o primeiro jogador a ser eleito MVP em três finais seguidas.

O basquetebol estava no topo do mundo desportivo. O «Dream Team» tinha deslumbrado em Barcelona 1992 - como todos queriam e esperavam - dando a Jordan o segundo título olímpico. Mas, em outubro do ano seguinte, o inesperado aconteceu quando o base dos Bulls anunciou que deixava de jogar. A paragem aconteceu poucos meses depois de o seu pai ter sido assassinado. A separação dos Bulls ainda durou algum tempo, mas do desporto não. Jordan foi jogar baseball para divisões secundárias.

A equipa de Chicago decidiu retirar o mítico nº23 da competição em novembro de 1994, na primeira época que cumpriu sem o maior jogador de sempre. A falta notou-se, sobretudo no início da temporada seguinte... até Jordan decidir voltar aos Bulls. O agora nº45 da equipa deu um novo fôlego que não serviu para reanimar muito o desempenho do conjunto, mas lançou, sobretudo, as bases para a recuperação.

A época 1995-96 fez coincidir o regresso de Jordan com o regresso aos títulos de campeão - e a recuperação do nº23. Os Bulls registaram mesmo nessa temporada o recorde de 72 vitórias e apenas 10 derrotas. O simples «Estou de volta!» com que se tinha anunciado no ano anterior ganhava o corpo de três MVP num ano: jogo «All Star», época regular e final. O dramático título de campeão ganho no Dia do Pai foi mais uma vez o primeiro de uma série de três. Em Janeiro de 1999, Jordan voltou a retirar-se da competição... até 2001.

O regresso à NBA aconteceu um ano antes como sócio e dirigente dos Washington Wizards. E depois de contratar o seu primeiro treinador nos Bulls, Doug Collins, Jordan voltou mesmo à competição doando o salário às vítimas do 11 de setembro. Jogou pelos Wizards entre 2001 e 2003 e, na sua última época, não deixou de conseguir mais um recorde: primeiro jogador com 40 anos a marcar 43 pontos num jogo. O último jogo na NBA foi feito a 16 de abril de 2003. Poucos dia antes, os Miami Heat - por quem Jordan nunca jogou - também retiraram o nº23.

[continua em «Michael Jordan faz 50 anos (III)»]