[continuação de «Michael Jordan faz 50 anos (II)»]

Ao longo de dezanove anos e 32.252 pontos, Michael Jordan foi mudando o basquetebol para sempre, na forma como este deporto passou a ser olhado, a ser apreciado, pela forma como conseguiu arregimentar milhões de adeptos das suas jogadas, do seu equipamento, do seu desporto - como ele próprio diz, pelo «talento», mas ao mesmo tempo pelo «trabalho» para ter a «capacidade» de atingir o sucesso.

Com as sapatilhas «Air Jordan» arrumadas de vez, Michael Jordan fez novo regresso; desta vez ao mundo empresarial, por entre jogos de golfe com receitas para caridade. O homem de negócios - além de dar nome aos ténis da Nike, fazer anúncios e filmes - criou também a sua própria marca de roupa - a «Jordan Brand» - e tem uma equipa de motociclismo - a Jordan Motorsports. De novo de volta ao dirigismo e à NBA, Michael Jordan é o atual dono da equipa Charlotte Bobcats.

Também aqui Jordan registou um recorde. Desta vez, pelo lado negativo. Com a época 2011-12 reduzida a 66 jogos por causa da greve dos jogadores, a equipa de Jordan teve o pior registo da história da NBA: 7 vitórias e 59 derrotas para uma média de 0,106. Nesta época o saldo é 12-40 (0,231).

Aos 50 anos, Michael Jordan está noivo de Yvette Prieto, namorada de há longo tempo, de 34 anos. Tem três filhos do primeiro casamento. As suas grandes referências são os seus irmãos, a sua mãe Dolores e, sobretudo, o seu pai James, assassinado em julho de 1993.

O pai de Michael Jordan foi morto numa estação de serviço enquanto descansava no carro, que foi roubado pelos dois homicidas, entretanto condenados a prisão perpétua. O corpo de James Jordan Sr. só foi encontrado em meados de agosto num pântano e só foi possível fazer a sua identificação vários outros dias depois a meio do mês.

O crime e a violência do ocorrido sobre quem era para Michael Jordan um modelo são algumas das explicações relacionadas com o primeiro abandono dos Chicago Bulls. E também a sua incursão pelo baseball teve a ver com o seu pai, que sempre desejou ver o filho na principal liga daquela modalidade.

Jordan representou os Chicago White Sox e os Scottsdale Scorpions em 1994, mas foram poucos os meses até voltar ao basquetebol. Na NBA e para todo o mundo, porém, a imagem de marca com a língua de fora foi imitada do que fazia o seu pai enquanto trabalhava.

«A minha natureza competitiva vem desde a minha família», revelou Michael Jordan em 2009, na sua consagração no Basketball Hall of Fame. A mesma cerimónia onde ele disse que «o basquetebol tem sido tudo» para si e «fonte dos mais intensos sentimentos». E não vê o «fim», mas sim a «continuação» da sua relação com a modalidade. E foi nesse preciso discurso que avisou para que ninguém se ria se «olharem para cima» e o virem «a fazer um jogo aos 50».